terça-feira, 29 de setembro de 2015

Expomusic 2015 - Diário de Bordo - Parte 3

Destrinchando mais encontros fortuitos da Expomusic 2015! 
Quem ainda se lembra do aparelhos de áudio "3 em 1"?


As pessoas que viveram boa parte da segunda metade do século passado devem ainda se lembrar como era o marketing que se referia a um produto de áudio doméstico que agregava (além dos amplificadores pré e power que eram as bases dessa plataforma) um receptor de AM-FM, além  de um gravador/reprodutor de fitas Cassette e um pickup de discos de vinil. Isso era o que compunha o que se usava chamar de 3 em 1!!! Nem vou entrar aqui em méritos ou deméritos relativos à ideia, mas realmente era uma super estação de fruição e manipulação musical para a época, pois tornava mais acessível aquele monte de equipos e de certa forma popular. E não é que no stand com o título ECO TRIBUNAL em sua testeira encontrei uma boa analogia para essa junção simbiótica e também ligada à música. Foi justamente nesse stand que foi feito o teste do captador da revista Guitar Player Brasil que falamos bastante na postagem próxima passada e aparece no video-clip. Nesse mesmo lugar encontrei as empresas e projetos HOT MACHINE, ECO GUITARS e SOLLO AMPS,  e  esse "3 em 1" podem ter certeza, funcionou bem, sem defeitos até agora!.

ECO TRIBUNAL

Além de banda de rock é um projeto muito interessante. Vou usar a própria definição colocada por seu criador, Gustavo Campos:"Eco Tribunal é uma banda Eco-friendly que sintetiza os conceitos de sustentabilidade em suas músicas e apresentações, o sua opinião sobre os fenômenos climáticos negativos causados pelo nosso organismo social. A banda foi criada com a ideia de levar esse apelo e conscientizar cada vez mais as pessoas sobre a necessidade de inserir em suas vidas ações que reflitam cada vez menos negativamente no meio ambiente." e parece ter sido a força coerciva que envolveu o agrupamento dos três outros projetos nesse mesmo stand.
SOLLO AMPS

O modelo hoje em dia disponível é o Mini 8, um amp single ended totalmente valvulado com dois canais, um loop de efeitos e 8 watts de saída. ele usa basicamente duas 12AX7 no pré e uma EL84 na saída. O transformador de saída é compatível com cargas de 16 e 8 Ohms. Ou seja é um pequeno amp que fala muito (não se enganem com a potência apontada!) e bonito, e ainda tem os recursos suficientes para se suprir boa parte das necessidades de um guitarrista que faz uso de muitos pedais e efeitos ou apenas use um delay ou reverber no loop de efeitos e usa somente a distorção do amp. É bom lembrar que os canais são chaveados por footswitch, que vem com o amplificador. Nós usamos o gabinete também produzido por eles de 1x12" com um Eminence GB128 (mesma configuração da foto), porém eles também vendem caixas com configuração de 2x12". A combinação parecia tão compacta que cheguei a perguntar se o falante era de 10"! Ao menos à primeira vista o amp com a caixa não dão aquela impressão de que terá dor nas costas brevemente! Então foi essa a configuração que usamos no teste do captador da Guitar Player usando basicamente o canal sujo e nenhum efeito inserido na frente ou no loop de efeitos do amp. O que já dá pra ter uma boa ideia do que ele é capaz. Mas achei por bem incluir um dos vídeos do canal da SOLLO Amps para se ter uma ideia um pouco mais precisa das sonoridades do amplificador. Gostaria também de agradecer principalmente ao Filipe Carneiro e ao Rafael Danigno.



Erico Malagoli, Filipe Carneiro, Gustavo Campos, Gilmar Vicente, Pedro Machado e Rafael Danigno 

ECO GUITAR

Lembrando da tal história contada por Brian May, guitarrista do QUEEN, sobre a Red Special, guitarra que é parte integrante de suas inovações timbrísticas, foi, entre outras coisas, construída por ele mesmo e seu pai com o braço feito de um pedaço de mogno de uma antiga lareira que um amigo de seus pais havia jogado fora. Esse projeto é de 1963 e retrata um instrumento que se destacou e fez história com um diferencial que vem ganhando mais espaço no mundo atual: a reciclagem de materiais! Pois a ECO GUITAR vem de certa forma dar continuidade a esse conceito. Segundo Pedro Machado, não só é possível fazer bons instrumentos com madeira reciclada, como muitas vezes se consegue uma qualidade superior, pois as madeiras podem estar num estágio perfeito de "maturação" para serem usadas. As madeiras mais interessantes e mais abundantes são as conseguidas em demolições. Pode-se conseguir preciosidades até. Por outro lado, Pedro ressalta a importância de se entender que existem outros tipos de madeiras que podem ser tão ou mais interessantes para a construção de instrumentos elétricos do que as clássicas Alder, Maple e Mogno. Na foto uma Strat com corpo de Peróba, braço de Marfim com faixas em Roxinho e escala em Pau Brasil. Além das variadas possibilidades em termos de madeiras recicladas, ao trabalhar de guitarra a guitarra, tudo é feito não para criar instrumentos iguais e em série, mas com possibilidades e detalhes únicos. Interessante é ver que a marca está com uma parceria com a Malagoli Captadores!



HOT MACHINE CUSTOM

E falando em guitarras únicas a HOT MACHINE CUSTOM se especializou basicamente nisso: guitarras personalizadas, as famosas customizadas!!! Fazendo alusão aos carros customizados de determinados circuitos de corrida americanos, a empresa de Gilmar Vicente trata do visual final das guitarras da ECO GUITARRAS e de muitos outros clientes com um cuidado e preciosismo pouco vistos aqui na terrinha. O trabalho do Gilmar é extremamente sofisticado e muito dedicado a cada projeto de instrumento específico. A qualidade nunca é deixada de lado para apenas ter um "visual bacana". Mesmo as guitarras com visual mais rebuscado e cheio de técnicas diferenciadas são feitas com preocupação de artífice! E realmente é nessa área que a HOT MACHINE CUSTOM se excede em refinamento e qualidade: nas customizações mais pesadas e cheias de detalhes! Havia no stand uma Strat com detalhes em couro e tachas que me deixou de queixo caído! Há também as pinturas no estilo aerógrafo ou mesmo feitas no pincel com grafismos lembrando algumas guitarras da era psicodélica. Lembrando sempre: cada pintura é única, não há adesivagem, é tudo pintado à mão. Obras únicas, sempre! As de motivo nórdico parecem ser as preferidas do próprio customizador, e realmente são surpreendentes! Vou deixar algumas imagens para que possam curtir um pouco! Mas já garanto, nada como poder vê-las ao vivo, pois são muito mais bonitas e ricas em detalhes!


















ECO TRIBUNAL: https://www.facebook.com/ecotribunal?fref=ts

ECO GUITAR: http://www.ecoguitar.com.br/

SOLLO AMPS: http://www.solloamps.com.br/

HOT MACHINE: https://www.facebook.com/hotmachinecustom?fref=ts


E ainda tem mais Expomusic na próxima postagem, que encerra essa nossa aventura em Gotham City!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Expomusic 2015 - Diário de Bordo - Parte 2

De volta à cena do crime...

SÃO PAULO, SP, 18/09/2015 
Chego nessa Sexta-Feira de sol um pouco mais cedo no Expocenter Norte, onde a feira está acontecendo. Dessa vez sem a presença dos meus amigos Vicki e Barci . Mas anda contando com a força da super Revista BACKSTAGE e o auxílio luxuoso de Lu Borges e Gustavo Victorino. Pois então, tanta coisa interessante aconteceu nesse dia que foi difícil me direcionar,e simplesmente fui praticamente arrastado por uma coisa atrás da outra. Eu sabia que era meu último dia na feira desse ano, pois já estaria voltando ao Rio no dia seguinte. Assim, entre outras impossibilidades que lamentei bastante, uma chata mesmo foi não ter encontrado o Paulo Acedo da Acedo Audio e seus maravilhosos amplificadores que fui descobrir estar no stand da Tiaflex, passei por lá duas vezes mas não o encontrei. 

Coincidentemente no mesmo stand também se apresentaria no Sábado, dia 19, nosso colega Davi Motta da ABC - Associação de Baixistas Cervejeiros, uma confraria que se reúne uma vez por mês no Rio de Janeiro e congrega, além de grandes baixistas cariocas, alguns músicos de outros instrumentos, sem preconceito. E pelo que soube a apresentação do Davi parece ter sido um sucesso!

Pois então, um dos pontos altos que pude testemunhar dentro dessa pequena amostra que tive da Expomusic 2015 foram algumas brilhantes parcerias! Começando pela parceria da Revista Guitar Player Brasil e a Empresa de Construção e Comércio de Captadores Malagoli. Nas figuras de Jaques Molina e Erico Malagoli pude entender melhor um desses resultados: o captador humbucker para guitarras Guitar Player versão Jaques Molina (pois há uma outra versão, Henry Ho). Apesar de já ter conversado um pouco pelas redes sociais com o Jaques e até ouvido um pequeno clip que ele havia disponibilizado, nada como poder ouvir o bichinho ser usado e inclusive testá-lo também tocando com o próprio instalado uma boa guitarra! 

E foi isso que aconteceu, felizmente! Eu mesmo estava um pouco cético, afinal o tipo de captador que mais me agrada é o single coil no estilo Fender e quando se trata de humbuckers os estilos PAF 57 ou os na onda dos Filtertrons da Gretsch são os que costumo escolher para minhas guitarras. No entanto esses tem uma saída relativamente alta e com Resistência DC pra lá de alta! Já imaginei esses captadores de som anasalado, entupidos de médios e sem articulação, que encontro por aí, que obviamente tem seus méritos e muitos os adoram, porém pra mim não funcionam... 

Eis que surgem o Jaques e seu amigo o Tadeu Dias com a sua Fender Stratocaster Blackmore e o danado do pickup instalado na ponte. Até a chavinha pra fazer o split das bobinas, matando uma e usando a outra como um single coil, estava instalada no lugar de um dos controles de TONE! Eu fui obrigado a dar o braço a torcer e realmente o captador fala bonito, timbra legal com distorção e sem e ainda limpa bastante bem com a diminuição do controle de VOLUME da guitarra. E até onde sabemos o potenciômetro usado no VOLUME não é o original de 250k! No lugar dele foi colocado um pot de 500k e um capacitor de "Treble Bleed". No vídeo abaixo dá pra ter uma leve ideia de como ficou o resultado. Tadeu mandou super bem tentando mostrar a diversidade de timbres possíveis e articulados, o brilho, o uso da chave de split tornando o captador num single coil bem aceitável e conseguindo o famoso quack na posição 2 da chave seletora, combinando ponte e meio. 


Esse encontro aconteceu no stand da Eco Guitars / HOT MACHINE / SOLLO Amps. E o amp usado foi justamente o SOLLO MINI 8 com uma caixa de 1x12" com um Eminence GB128. Mas esses três merecem uma postagem inteira pra falar deles, pra se ter uma ideia da qualidade dessa parceria! Agora, imaginem vocês, se eu estava ali vibrando com o sucesso da empreitada, a alegria e a satisfação na qual estavam Jaques e Erico imersos, pais do projeto, resultado da experiência dos dois e muito trabalho. Com a palavra o Senhor Jaques Molina:



"Então... Eu já havia experimentado um pickup deles de Alnico 8 e curti bastante
Mas achava ele "magro"...
Então pensei: pô, se tacar uma resistência bem maior ele vai ficar interessante!
Dai mandei fazerem um protótipo com praticamente o máximo de enrolamento que as bobinas suportariam, utilizando inclusive uma das bobinas "neck" pra caber mais fio que o normal...
Vai vendo!
Saiu um monstrengo de 23k!!!!
Só que esse aparente monstro... Ficou ótimo! Mesmo um bocado exagerado de propósito, não perdeu definição de agudos, graças ao agudo de sobra presente no Alnico 8.
Pra ficar em um patamar mais Terráqueo descemos o patamar da resistência DC pra 17K. E também não ter que utilizar bobina neck.
Eu mandei fazer o protótipo monstro só pra ver no que dava...
Aí, pensei bem e optei por uma das bobinas com 9k e outra com 8k.
Tal "disparidade" é benéfica. "Abre" o som do pickup."

Link para a loja da Guitar Playerhttps://www.editoramelody.com.br/gp/index.php?area=loja

Link para a webpage da Acedo Audio: http://www.acedoaudio.com.br/

Link para a webpage da Malagoli: http://www.captadores.com.br/

Link para mais uma demo do Tadeu Dias com o captador: https://youtu.be/DXa6T2ZZu5Y

E até a próxima, ainda na Expomusic 2015...

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Expomusic 2015 - Diário de Bordo - Parte 1

De volta à Gotham City!

São paulo é a cidade perfeita para esse tipo de evento, não tenho como dizer o contrário. Para mim é sempre um prazer grande retornar a Sampa, já que parte do meu coração reside lá... Fui de ônibus dessa vez (daqui do Rio de Janeiro) achando que seria mais fácil levar o meu kit de sobrevivência para pequenas gigs, o "small gigs kit". Dessa vez consistindo de uma pedalboard bem pequena da MOOER com o novo pedal que estou desenvolvendo com meu amigo e colega Leonardo Chocron (na verdade quem manda ver é o Leo, eu só dou palpite!) pra nova marca eMUSEg (ElectroMuseGadgets), que é um auto-filter cheio de gordura, seguido de um RAT clone da AQR (do querido Adiel Ricci de Vassouras, RJ), depois um MOOER Triangle Buff, seguido de um ZOOM MS-100bt e finalizando com um BOSS RC-3. A guitarra escolhida foi a VINTAGE V6MRTBG ICON Signature Series. A captação no momento é SSL-1 SD no braço, Benson Customs handwired no meio e o Wilkinson original na ponte. Bloco de aço na ponte feito pelo Carlos Manara! Infelizmente as duas possibilidades de gig foram pro espaço e só usai meu "small gigs kit" no hotel mesmo. Levar foi fácil, na volta houve problemas com o embarque da guitarra, a qual estava em semi-bag e nem poderia pensar em colocá-la no bagageiro. Nada que uma boa argumentação não desse jeito!

SÃO PAULO, SP, BRASIL - 17/09/2015
Chegar à feira foi tranquilo, depois de encontrar com minha cara Vicki Harris fomos direto lá para as terras de além Carandiru! Eu já havia me cadastrado e recebido em casa a credencial, coisa que acho bem elegante e civilizada. Ela precisou se cadastrar, mas tudo muito rápido. Entramos na feira e ela logo me deu um toque de que a mesma parecia menor do que ela imaginava.

Bem, eu pra ser completamente sincero, só reparei no tamanho da feira mais tarde um pouco e sinceramente a achei menor realmente. porém bem melhor do que previa... Nos dirigimos para o stand da BACKSTAGE, ótima revista especializada e muito mais que conhecida no Brasil, onde fomos recebidos pelo bom amigo e co-criador do site www.handmades.com.br , José Barci, além dos queridos Gustavo Victorino e Lu Borges. Pessoas que sempre nos deram um grande apoio na feira. Obrigado sempre!


Para facilitar encontros, a conspiração secreta dos programadores de stands já deixou o stand da Guitar Player ali do lado e só precisei esperar os conhecidos aparecerem para podermos trocar ideias e nos inteirarmos das novidades que cada um trazia. na verdade nesse primeiro dia só encontrei mesmo com o Jaques Molina, sempre simpático e gente boníssima. Eu já havia falado com ele sobre minha curiosidade sobre os novos captadores que desenvolveram em parceria com o Erico Malagoli, o qual também queria encontrar. Bom, felizmente no dia seguinte o encontro aconteceu e foi realmente um grande prazer poder testemunhar parcerias que dão certo assim! Esse capítulo ainda envolve as guitarras e serviços do Gilmar Vicente da HOT MACHINE e dos amplificadores SOLLO, com o Filipe Carneiro. Não esquecendo do excelente projeto Eco Guitar!!! E será contado mais à frente e com os detalhes captados pelos ainda remanescentes neurônios de seu narrador.

Passeando pelos Stands...

Então, finalmente testei por algum tempo, mas de fones de ouvido, os dois novos produtos da Roland/BOSS que me interessavam bastante: O Guitar Synth SY-300 e o pedal de Delay DD-500. De quebra ainda dei uma olhada no RC-1, que na verdade não me pareceu nada especial, mas bem eficiente e simplificado. O SY-300 certamente tem o nome e parte do design uma direta alusão ao primeiro Guitar Synth de sucesso (e totalmente polifônico, já que o anterior GR-500 era considerado "parafônico"). Fiquei muito surpreso com o que esse aparelho é capaz de fazer, afinal tenho um GR-55 e ele se tornou uma mão na roda pra fazer certos tipos de coisas, principalmente por conter PCM synth, VGuitar e efeitos numa mesma caixa, porém presos a uma determinada guitarra e seu cabo de 13 pinos! Como um pedal comum o SY-300 "leu" com grande facilidade e interpretou de uma maneira excelente tudo o que fiz na guitarra, e olhe que apelei mesmo, fazendo todo o tipo de coisa que deixaria a parte PCM do GR-55 sem saber pra onde ir e mandar aqueles glitches e notas fantasmas sintomáticos de má interpretação. Por essas e outras, o conceito desse novo aparelho parece ter mais a ver com modelação física do que com interpretação e consequente disparo de sons sampleados... Os sons também pareceram bem melhores do que tenho ouvido nas demos, porém eles tem aquela coisa de VGuitar, não tem uma certa veracidade dos timbres PCM dos GR e nem a gordura dos analógicos reais, mas quase chega lá. Eu sou bem um dos candidatos a compra desse aparelho, porém ele não conseguiria substituir o meu GR-55. Mas acho que o SY-300 é apenas o começo!


 Tive bem pouco tempo para testar o DD-500, mas deu pra se ter uma visão geral. Ele apresenta uma gama bem abrangente de efeitos de manipulação de tempo, os mais conhecidos, totalizando 12 algoritmos básicos. São muito editáveis e tendo lugar na memória para armazenar suas edições. Eu, que adoro um delay esquisito, senti falta de algumas coisas, como alguns presentes nos Line6, Eventide e TC Electronics. Mesmo por que há versões dessas maluquices nos novos pedais da marca ZOOM! Em compensação tem um algoritmo que representa o pedal amado/odiado da própria marca, o Tera Echo. Mas para os guitarristas (e músicos eletrificados em geral) mais normais, ele é mais do que suficiente! Ao mesmo tempo, por ter tantas possibilidades e programabilidade, amistosa (pero no mucho!) até, não é para tecnofóbicos. Acaba por ser demais pra quem quer apenas um bom delay! O phrase looper pode ser usado conjuntamente a um programa de delay. Tem portas MIDI e USB. E ainda uma entrada pra pedal de expressão ou footswitch. Está bom pra você?



Fiquei contente de finalmente poder conhecer e "quase testar" a tal Jay Turser JT-RES, a qual eu tenho visto anunciada, barata, mas nem tanto, por aí. Infelizmente ainda não foi dessa vez que pude ligar a bichinha, por questões que me fogem a razão, mas já deu pra ter uma ideia geral do acabamento, que foi bem superior ao que eu imaginava, e tocabilidade, também muito acima da média. O interessante dessa guitarra é que ela apresenta, além da ideia resonator/electric guitar, uma combinação de captadores que, para mim ao menos, faz muito sentido. Um mini HB magnético na posição do braço e um Piezo na ponte. A G.A.S. já mostrou sua presença e ela ainda está na lista de Natal! Na parede atrás de mim várias Dean. Stacks bonitões da RANDALL.  Muita coisa legal. Foto by Vicki Harri! Eu sei, eu poderia ter feito uma cara de menos enjoado...rs. É que eu queria ter tocado nela...rs


Breve alguns videozinhos ainda nessa postagem...

Poucas Danelectro, mas ao menos bem bonitas!


Stand da HABRO: Também achei que bem poucas VINTAGE estavam expostas. Será que não foram bem de venda?



Primeiro: Preview da festa que foi o teste do captador Guitar Player - Jaques Molina - Malagoli com Tadeu Dias pilotando a guitarra plugada em amp SOLLO!



Link da Revista Backstagehttp://backstage.com.br/

Link da Roland do Brasilhttp://roland.com.br/

E depois a segunda parte, o segundo dia!










terça-feira, 15 de setembro de 2015

Como assim a marca é VINTAGE? Personalizando uma Vintage V6SSB REISSUED

...Ou como começou meu caso de amor com a VINTAGE...

Num belo sábado, há alguns anos atrás, poucos, fui a uma loja de instrumentos musicais na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a Barra Music, para comprar uma guitarra muito barata e indicada pelo povo do blog Louco por Guitarra (Paulo e Oscar), uma SX SST62, que é basicamente uma cópia do modelo Stratocaster da Fender (que é o ícone central da minha existência guitarrística) com alguns detalhes estéticos semelhantes às originais de 1962, além de oferecer madeiras mais próximas das usadas nas originais, coisa muito difícil de ver nessa faixa de preço, se tornando assim um ótimo investimento pra "operar" uma reforma experimental e consequente upgrade!



A ideia de customizar uma guitarra não era nova pra mim, já tinha feito isso ao longo da vida por necessidade de adaptação ou upgrade possível, porém naquele momento me sentia mais inclinado a tentar isso num outro nível de investigação pessoal. Até por que não era mais a questão básica de se conseguir um instrumento decente, adaptado às  minhas necessidades, eu já tinha meus instrumentos de trabalho com meu jeito impresso neles, buscava na verdade uma certa diversidade mesmo em instrumentos de mesmo modelo e configuração, alterando o tipo e a qualidade dos elementos que os compõem. Assim aconselho àqueles que acham isso um preciosismo desvairado ou simplesmente uma bobagem fetichista: melhor não perderem mais seu tempo com o texto a seguir...rs.



Voltando para a loja eis que me deparo com a tal SX, realmente uma cópia de Strat bem barata, mas que em contrapartida apresentava de cara uma qualidade muito superior ao esperado na faixa de preço. Foi aí que o dono da loja, o Beto, me falou para experimentar uma outra guitarra mais cara, mas nem tanto (ao menos naqueles tempos!) com uma diferença de qualidade bem grande. E me apresentou à a tal VINTAGE V6SSB REISSUED Series. Esse sim sabe ser bom vendedor! Foi pegar a VINTAGE e a SX ficou de lado o resto do tempo. Era outra conversa, mesmo sem avaliar todas as diferenças estruturais, madeiras, hardware, pickups e etc., a diferença básica era que simplesmente a guitarra estava pronta para enfrentar uma gig.  Uma coisa era notável: a largura do corpo era bem maior na VINTAGE. E pelo que se vê através da pintura sunburst de 3-côres ele é formado por duas peças apenas, inclusive as duas não combinam nada entre si, bem diferentes os desenhos e as colorações. Os trastes bem alinhados, mas nada excepcional. O braço com uma pegada mais larga e a escala com uma curvatura confortável.

Obs: Dois amigos já me reportaram problemas em relação ao alinhamento e colocação de trastes em outras duas V6, porém se reportaram ao distribuidor e receberam novas guitarras sem o problema.

Fora um ajuste ou outro, a guitarra não precisaria de mudanças pra enfrentar uma gravação ou um palco naquele dia! A lista de especificações segue abaixo copiada do site:

Body: American Alder
Neck: Hard Maple – Bolt On
Fingerboard: Rosewood
Scale: 25.5"/648mm
Frets: 22
Neck Inlays: Pearloid Dot
Tuners: Wilkinson® WJ55 E-Z-LOK™
Vibrato: Wilkinson® WVC
Pickups: Wilkinson® Single Coil x 3 (N) WVS (M) WVS (B) WVS
Hardware: Chrome
Controls: 1 x Volume/ 2 x Tone/ 5-Way Lever


É bom ter em mente que essas REISSUED tem diferenças em relação às ICON, que já saem de cara por baixo (na minha humilde opinião) com corpo de POPLAR. Apesar de ter gostado bastante do conjunto, eu havia comprado a guitarra para experimentar com a troca de alguns elementos, muitos dos quais já havia comprado ou retirado de outro projeto. A parte elétrica já estava encaminhada, porém ainda não atendia ao que estou acostumado. Uma coisa nessas guitarras que gostei na parte elétrica foi o controle de TONE 2 estar conectado ao captador da ponte, sendo o outro conectado aos do meio e braço. É meio caminho para o que eu costumo usar. preferi deixar essa parte para depois das modificações estruturais mais básicas. Inclusive pra ter uma ideia do antes e depois cada vez que uma parte nova era adicionada. Resolvi não mexer nas tarraxas e realmente, hoje tenho três V6 contando com essa, e essas tarraxas Wilkinson® WJ55 E-Z-LOK™ só me deram alegria. Inclusive as tarraxas que vem nas guitarras da VINTAGE V6 eu nunca as encontrei assim escalonadas pra vender. Já as encontrei e comprei com E-Z-LOK, mas não escalonadas.... Um pouco chatinhas na hora de trocar cordas apenas. 



Então fui dar uma olhada na ponte... Muito boa, "saddles" de aço estampados, alavanca com encaixe "pop in", etc. Aliás gostaria de ver algumas das ideias implementadas nessa ponte pudessem fazer parte de outras consideradas padrões da indústria: o alinhamento dos furos por onde passam as cordas no bloco de sustain é quebrado em favor da posição mais comum dos "'saddles", com os furos referentes às cordas D e E aguda mais a frente um pouco. Outra coisa boa é ter seis pares de guias em baixo relevo na placa para os parafusos dos "saddles" nunca escorregarem para os lados. Mais uma coisa que a ponte da Fender MiM e Squier poderiam aprender com essa da Wilkinson: o bloco de sustain apesar de não ser feito de aço ou latão, é feito de uma liga(?) muito mais ressonante, sendo uma peça sólida e densa, bem superior às encontradas nas pontes das Fender Standard MiM, por exemplo, que não costumam ser nem muito melhores que as das guitarras "imported", como se diz por aí. A única modificação feita no headstock foi a substituição do abaixador/guia de cordas original no estilo borboleta/vintage por um moderno da Fender com pequeninas roldanas.

O negócio é que estava me desfazendo de outra guitarra, a qual pretendia vender totalmente "stock". A guitarra a ser vendida estava com uma ponte Blade Runner da SuperVee, uma ponte bem cara pros meus padrões, com um funcionamento muito legal e uma sonoridade bacana. Resolvi experimentá-la na V6SSB e o resultado foi surpreendente. Ela é muito bem feita e tem um modo de trabalho diferente, porém eficiente, logo se pega o jeito. 

A Blade Runner usa uma lâmina flexível de um aço especial. Uma parte dela fica totalmente presa ao top do corpo da guitarra e a única coisa que se flexiona pra frente e pra trás é justamente essa mesma lâmina. As molas na cavidade de trás do corpo se prendem normalmente ao bloco de sustain dela como é comum. Esse bloco é feito de um material para mim indecifrável, porém o som é tão bom que nem pensei em trocá-lo. Hoje em dia eles oferecem blocos de sustain alternativos, em aço ou latão. Eu a deixei flutuante com uma regulagem hoje em dia bem conhecida com a corda E aguda podendo subir um semitom, a B dois semitons e a G três semitons. Cordas 0.010 e A=440 Hz. Afinação bem constante, mesmo com bends mais violentos ou alavancadas mais tensas. Inclusive o nut dessas REISSUED são de um desses novos materiais auto-lubrificantes e, se bem regulada, mesmo assim flutuante como eu costumo usar, fica bem confiável!. As tarraxas ficam lá tranquilas.

Esteticamente fiz poucas mudanças, creio que a mais notável tenha sido a mudança do escudo branco por um imitando casco de tartaruga. Em baixo dele coloquei um shield de alumínio como algumas Fender Strat dos anos 60 costumavam ter. As capas dos captadores, knobs e ponteiros da chave e da alavanca coloquei um branco envelhecido, quase creme. 
Para completar o mudança, só faltava a  parte elétrica. Eu coloquei, como de costume em meus sets "Vintage com concessões" os potenciômetros Log de TONE de 250K com capacitores de 0.1µF Chicklet (um TONE atua sobre o pickup do braço e o outro sobre o da ponte) e Linear de VOLUME também de 250k e com um "Treble Bleed" feito apenas com um capacitor de 220 pF. Além disso adicionei um sistema de Dummy Coil que habita quase todas as minhas Strat e que tem como objetivo cancelar grande parte do ruído presente nas posições 1 e 5 da chave seletora.. O sistema usa uma chave Push/Push para o Dummy Coil entrar ou não pelo no circuito da guitarra. 


Em outra ocasião discutirei melhor esse sistema, junto a outros. Por enquanto quem ainda não conhece e ficou muito curioso pode procurar na rede sobre o assunto. A guitarra ficou assim um bom tempo enquanto esperava pelo set de "Blondes" do Jason Lollar. Mesmo com os pickups originais a guitarra já tinha um timbre ótimo e a usei bastante assim. Mas quando pude instalar os "Blondes" a luz se fez! São captadores de saída um pouco mais baixa e tem um timbre muito bem articulado e quase transparente, um "que" de médios esculpidos, como se diz, mas não tanto quanto do senhor Mayer. Eu não pude acreditar logo que instalei os captadores e ajustei para tocar. Fiquei surpreso e muito satisfeito. Eu deixei abaixo um clip do meu antigo trio com o Pedro Peres no Baixo Fretless e o Jaffer Swamani na M'ridangam. O clip não faz juz ao timbre da guitarra, mas por enquanto é o que tenho para oferecer. ;)


Testando o resultado ao vivo com o Trio Darshan, que é o Quinteto INNPRATICA Menos 2

O complexo set usado no clip.


    
Até a próxima, que possivelmente será durante e sobre o que eu conseguir reportar durante a EXPOMUSIC 2015!!!

sábado, 12 de setembro de 2015

Fuzzelagem - Episódio 1

Electro Harmonix Big Muff π



Não posso dizer que o EHX Big Muff π tenha sido meu primeiro fuzz, pois tive um "multi-efeitos" da SOUND antes dele, o qual continha um Uá-Uá, uma Distorção (um fuzz só dentes e pêlos!!!), um efeito de trêmolo profundo intitulado REP. (Repetidor, imagino) e uma desesperada sirene!!! Um pedal com 4 efeitos analógicos acionáveis independentemente. Nada mal, né? Afinal estamos falando de final dos anos 70, começo dos 80. As chaves por sua vez tinham vontade própria, dificultando ainda mais eu me entender com a caixinha em tempo real... Creio que só tenha conseguido algum resultado musicalmente aceitável com o tal efeito REP.! Mais tarde até conheci um circuito parecido de um pedal da VOX chamado REPEAT PERCUSSION (um exemplo em https://www.youtube.com/watch?v=ycosWTNvw54) Como eu nunca consegui tirar um timbre usável dessa unidade (naquela época, estava começando, oras!) acabei me desfazendo do pedal. 

Obs: Tecnicamente o primeiro fuzz que tive foi um DIY que comprei em forma de kit da IBRAPE e com o projeto do grande Cláudio Cesar Dias Baptista, publicado na revista Nova Eletrônica. Era um Octave Up Fuzz chamado Dobrador de Freqüência. Porém eu nem consegui fazer uso de tal circuito com a pouquíssima técnica que tinha...rs.

Em seu lugar comprei um Ibanez TS-808, um pedal barato naquele tempo, e muito mais dócil. Logo a ele se juntou um Flanger da Giannini e assim os dois permaneceram sendo minha pedaleira por algum tempo. O amplificador era um BAGuinho (BAG 01?) Giannini, transistorizado que ia quebrando galhos imensos. Recentemente, por conta de uma pergunta a mim feita pelo amigo e colega de blog e de música Sidnei Eduardo Vaz sobre minha passagem pela banda de rock carioca Água Brava e acabei lembrando-me de uma passagem muito interessante que tivemos no Teatro do Instituto Benett, no Rio, onde fui assistido pelo grande amigo e atual colega de banda no projeto INNPRATA, Rogério Favilla (Lakranya). Possivelmente ele mesmo comentará algo sobre depois de ler isso aqui!

Foi um show muito interessante, marcante mesmo! Eu fiquei no posto de guitarrista da banda até o Daniel Cheese (que foi quem coincidentemente alugou o Fender Rhodes que usamos nesse mesmo show) entrar e finalmente surgir a formação definitiva da banda e com a qual ficaram conhecidos. Estávamos como quarteto nesse dia com o saudoso e querido Jacaré na bateria e vocais,  Ivo Santos na voz e no baixo, além da participação de Ramon Balbuena no órgão e no piano elétrico (com o qual perdi totalmente o contato, infelizmente...). Um dos inúmeros fatos interessantes nesse show que acho bom destacar aqui é que uma dupla de irmãos e bons amigos (Ricardo Lima e Renato Lima) nos emprestou seus pedais Analog Delay e Flanger da Giannini para que o Flanger pudesse ser usado no órgão (e o meu permanecer na guitarra! ;)) pra obter texturas mais interessantes e o Delay para eu poder usar na guitarra. E como me diverti, principalmente usando a possibilidade de auto-oscilar do bicho. As repetições eram muito cruas e distorcidas, mas a limitação virava uma característica! Mas aquilo já detonou a G.A.S. de comprar um delay!!! Bons tempos!

Até que finalmente eu pude experimentar pela primeira vez um EHX Big Muff π! Um amigo estava com vários pedais da EHX para vender, porém só queria vender o conjunto todo. Por algum tempo os emprestou pra mim e pude tocar um bocado com esses pedais, inclusive uma ou duas vezes ao vivo. Eram um Big Muff π RAMs Head, um Deluxe Electric Mistress e um Deluxe Memory Man. Nossa! Era o céu na terra! A distorção era gorda, quente e cheia de harmônicos. Era só mexer no controle de VOLUME da guitarra pra diminuir um pouco a "pressão"! Com o eco do DMM as abelhas eram muito bem amansadas e assim o BAGuinho Giannini transistorizado não chegava a estragar a paisagem do sonho sonoro. O DEM era um Flanger não tão comportado como o da Giannini (na verdade uma cópia do MXR original), era fácil fazer sons de aviões decolando ou aterrizando, e sem distorção os acordes mais dissonantes soavam mágicos! Foi então que decidi ir à caça do meu primeiro Big Muff π.

Através de um jornal de classificados consegui finalmente encontrar um pedal Big Muff π RAMS Head original e funcionando por um preço que eu poderia pagar. Era de um músico de baile que ficou surpreso de ver um garotão querer aquela "peça de museu"! Era e ainda é o da primeira foto dessa página. apesar de outros virem anos após a compra desse primeiro, ele ainda é o preferido na hora de registrar algo mais sério.  Lembro de quando o liguei pela primeira vez e pus o captador humbucker da minha Giannini Apollo pra rugir e veio aquele som contínuo a là Fripp e Hackett, Nirvana sonoro total! Eu não lembro é de quando substituí o Flanger da Giannini, que vendi para o tecladista do Lakranya, por um BF-2 da BOSS. E imaginar que naqueles tempos possuir um pedal dos pequenos da BOSS com aquele chaveamento eletrônico suave e tal era o maior Hype! Mas para isso é muito importante entender-se o contexto da época, pois comprar qualquer coisa importada era como querer viajar para a Lua, uma coisa até possível, mas muito, muito difícil! Por isso era uma vitória conseguir algo novo e reluzente.

Certamente a razão de me lembrar tão bem de quando adquiri meu primeiro Delay! Essa é uma história dividida com meu amigo Rogério Favilla, guitarrista do Lakranya, e como eu, doido pra arrumar uma unidade de Delay. Um dia no bairro da Tijuca, no Rio, estávamos procurando um lugar pra fazer um lanche, algo assim, quando, não sei a razão, nos deparamos com uma lojinha de "Presentes" com aquele monte de quinquilharias importadas (presumidamente no Shopping 45). Coisas que normalmente os lojistas compravam em lotes inteiros leiloados pela Receita, resultados de coisas apreendidas na alfândega. E lá na vitrine estavam dois BOSS DD-3* DD-2 novos em folha, com caixa e tudo quase que sorrindo para nós! Não preciso mencionar que os dois, cada um recorrendo a seus desesperados recursos materiais, demos um jeito de arrumar a grana e assim pegarmos nossos primeiros Delays!


E eu realmente creio que o Rogério ainda tem o dele! Já o meu, confesso que o vendi há muito tempo e vários outros passaram por minha mão, sem conta! Porém esse set que consistia do Big Muff π da cara de ovelha, o Flanger BF-2 e o Delay Digital DD-3* DD-2 da BOSS foi o meu set de pedais durante muito tempo (Acho que no máximo um CryBaby ou pedal de volume vez por outra entravam ou saiam do set). E possivelmente a única coisa que troquei no Big Muff foi a chave de bypass.... Na foto ao lado, tocando num festival no já hoje destruído Hotel Nacional com a banda ANTARES, era exatamente o set que usei. Não lembro do amplificador usado, pois não sei ao certo se já havia comprado o Fender DeLuxe Reverb 65 Blackface que me seguiu um tempão, mas da guitarra lembro bem: uma Squier Stratocaster toda preta com captadores Seymour Duncan Hot Stack na ponte e no braço. O sistema de alavanca era um Kahler Pro (nessa guitarra com o referido locking nut) que tenho até hoje e já habitou várias outras guitarras. Essa guitarra comprei do Sérgio Serra, quando ele ainda estava no Barão Vermelho. Outra curiosidade: o outro pedal de distorção que me lembro ter usado com o ANTARES também foi BOSS Heavy Metal, acreditem vocês...rs.


Cheguei a ter outras versões do Big Muff π, inclusive a com CI de Amplificador Operacional, que também gosto, porém tem um som mais sintético. Hoje em dia, além desse primeiro e adorado RAMs Head, tenho uma versão que montei baseada em um dos projetos do Peter Cornish (que é mais dinâmica e articulada, porém não menos cabeluda!) e há pouco tempo comprei um mal falado MOOER Triangle Buff, que é um pouco diferente, muito pequenino, mas não menos usável. Principalmente com aquele truque de se colocar um drive leve antes dele, o Muff também com o ganho bem moderado. Com o auxílio luxuoso de uma bom delay e ligado num bom amp valvulado, o resultado é aquele timbre bem sustentado, carnudo e, claro, "gilmourísticamente" prazeroso!



* Fui investigar e descobri o seguinte: o evento da foto chamava-se Unijovem. Num recorte de jornal vi que a foto era de 17/09/1985. Procurei saber do Shopping 45, na Praça Saens Peña e ele já existia desde os anos 70. No site BOSSAREA encontrei várias informações interessantes, inclusive dizendo que o DD-3 passou a existir só depois de Agosto de 1986, pois na verdade era uma versão idêntica ao DD-2 só que mais barata, pois o s novos chips DRAM tinham preços bem mais baixos. Já o DD-2 foi lançado bem antes em Dezembro de 1983. Meu palpite é que compramos esses DD-2 do meio pro final de 1984!