Do Roland GR-500 ao GR-55, Guitar Synthes, VGuitars & COSM Multifx
Já há
bastante tempo que tenho fascínio por sintetizadores, porém conversar com eles
através de um teclado, mesmo que sensível ao toque e à pressão, nunca me atraiu
muito. Entre outras coisa, nunca fui criado com um piano, mesmo que de armário, em casa, como minha avó materna. A guitarra tem sido minha companheira de longa data e, tão logo
apareceram os sintetizadores disparados por elas, passei a me interessar mais e
mais por experimentar essas geringonças.

Passei então para uma guitarra com interface MIDI embutida da CASIO, a MG-510 (disparando módulos como Emu Proteus, Emu Classic Keys e Roland MKS-100). A guitarra era basicamente uma cópia de Fender Stratocaster com captadores magnéticos normais na versão dois singles e um humbucking na ponte, além do hexafônico (sêxtuplo), usado pela parte responsável pela saída MIDI.
Finalmente um Roland
GR-1 com uma interface de controle GK-2A instalada em uma de minhas guitarras, que
ainda tenho e uso eventualmente. Melhor tracking que consegui até então. Que é, para quem não está costumado ao termo, quão eficiente é a relação entre o que tocamos e como tocamos e como a unidade responde.

Como muitos desses sintetizadores tinham por princípio interpretar o sinal de cada corda (e por isso costumava-se usar um captador sêxtuplo, com saídas independentes pra cada corda) e disparar os geradores de som dentro dele (e também poder enviar comandos MIDI para outros módulos de sons externos), a própria maneira de se tocar torna-se meio que escrava dessa nova tecnologia. Para mim é nesse ponto que muitos guitarristas abandonaram a Guitar Synth. Você é obrigado a adaptar sua técnica ao aparelho para conseguir a melhor resposta dele, com menos artefatos sonoros e notas fantasmas!

Como muitos desses sintetizadores tinham por princípio interpretar o sinal de cada corda (e por isso costumava-se usar um captador sêxtuplo, com saídas independentes pra cada corda) e disparar os geradores de som dentro dele (e também poder enviar comandos MIDI para outros módulos de sons externos), a própria maneira de se tocar torna-se meio que escrava dessa nova tecnologia. Para mim é nesse ponto que muitos guitarristas abandonaram a Guitar Synth. Você é obrigado a adaptar sua técnica ao aparelho para conseguir a melhor resposta dele, com menos artefatos sonoros e notas fantasmas!
Então venho
a conhecer o novo anunciado sintetizador GR-55,
da mesma Roland, porém com muito
mais a oferecer que apenas um sintetizador atualizado. Nesse novo conceito a Roland juntou três possibilidades em um
só aparelho: um sintetizador PCM de
duas "parts" disparado pela
guitarra através da interface GK-3
com seu fino captador hexafônico ou com uma das novas
guitarras Fender/Roland GC-1 (uma Stratocaster que já vem de fábrica com
essa interface embutida, além da eletrônica convencional); um modelador "Virtual Guitar" (como os VG-8, VG-88 e VG-99) capaz de
recriar timbres de vários outros tipos de guitarra e alguns instrumentos
acústicos com boa dose de realismo e total articulação processando o som vindo
desse mesmo captador hexafônico; um processador multi-efeitos com a
tecnologia proprietária COSM para os captadores normais da
guitarra usada. Com a adição de mais algumas facilidades e possibilidades a Roland realmente tentou criar uma prática caixa de truques para o guitarrista interessado em alta tecnologia e
portabilidade. Resumindo: você tem um sintetizador de guitarra, uma guitarra
virtual e um processador multiefeitos (incluindo
um looper de áudio e um USB player) no
mesmo aparelho.


O formato físico escolhido é de pedalboard e não de rack como alguns módulos de Guitar Synth já vistos anteriormente. Na parte traseira temos o soquete de entrada para o cabo de 13 pinos vindo do GK-3, ou outra interface capaz de entregar os sinais compatíveis com essa entrada. Depois dele tem o jaque de saída dos captadores "normais" da guitarra em questão. Ao lado as saídas (L & R) gerais de áudio. A saída para fones de ouvido, os conectores MIDI IN & MIDI OUT, uma porta Mini USB (que pode ser usada pra levar sinais de áudio digital e de MIDI a um computador com software de edição ou de gravação) , o botão de liga/desliga da unidade e o jaque de ligação da fonte de energia elétrica específica.

Na lateral esquerda do aparelho há uma cavidade protegida por uma cobertura de plástico onde se pode inserir e guardar uma memória USB do tipo pendrive. Essa memória poderá conter arquivos de áudio para serem tocados pelo GR-55 e controlados pelos pedais do mesmo. Só são admitidos os formatos AIFF e WAV. Essa memória também pode ser usada para renovar o Firmware do aparelho. No caso da minha unidade eu mesmo fiz essa atualização.

Em relação à
operação: apenas usar os presets sem
entrar no modo de edição é bem fácil. No GK-3
pode-se trocar patches, alterar o volume geral e chavear entre os modos "apenas
synth", "synth + captadores normais" e "apenas a saída dos
captadores normais". Para mim foi notável a melhora de performance desse
novo modelo em relações aos anteriores, porém ainda requer que se pense
diferente do uso de uma guitarra normal quando se usa a parte
"sintetizada". Essa parte tem geradores de som que são disparados
pelas cordas e controlados por elas, podendo seguir a afinação de forma precisa
em todos os microtons (como nos bends)
ou no modo "cromático",
como o nome já diz, trocando de afinação de semitom em semitom. Em relação aos
bancos de sons PCM há muitos timbres
e bem variados, dos mais convencionais aos mais estratosféricos, vai do gosto
do freguês.

http://sourceforge.net/projects/grfloorboard/
Meu
veredicto é que a Roland tem mais um
campeão em mãos, e eu mesmo já tenho o meu, que uso direto...rs. Ok, se por outro lado eu
não abro mão de meus pedais analógicos vintage, handmade reinventados e digitais escalafobéticos, nem mesmo de minhas guitarras pretensamente
vintages - Quando possível! Por
outro lado descobri nesse GR-55 uma
forma de poder reunir uma quantidade grande de possibilidades numa unidade
inteligente e tremendamente portátil. Logo meu novo quinteto/sexteto INNPRATICA deve ir pra
estrada para tocar músicas do meu CD e de CDs dos outros integrantes, com
instrumentos e texturas diversos... O GR-55
aparece como uma solução viável para enxugar o setup necessário para essa
empreitada. Acho que ainda vou brincar muito ao vivo com essa incrível caixa de
truques da Roland!
Digno de Nota: Roland/Fender GC-1 Guitar Controller


Ao longo desses anos usando o GR-1 e agora o GR-55 sempre enfrentei pequenos problemas de performance relativos aos ajustes e instalação dos controladores GK-2A e do GK-3. Algumas notas fantasmas ou alguma mudança não voluntária de afinação ocorriam mais do que eu gostaria... Com o uso da guitarra Fender/Roland GC-1 a grande maioria dos problemas relativos ao tracking acabaram, ou diminuíram drasticamente. Além do que a guitarra (modelo Stratocaster, meu preferido!!!) é ótima em termos de madeiras, construção e tocabilidade. Soube disso através do blog "Louco por Guitarra" dos grandes Paulo e Oscar e fui à cata do instrumento. Fiz pequenos upgrades como trocar os captadores bem genéricos pelos Two Tone da Guitar Garage do Solon Fishbone. Também troquei o bloco de sustain pelo de aço do Carlos Manara. Mais pra frente experimentei e gostei de usar o abafador de cordas da TESLA que pode ser visto na foto do headstock. Ele não rouba muito do timbre acústico da guitarra e me deu a impressão (ilusão?) de ajudar ainda mais a guitarra a achar as fundamentais das notas tocadas.

Louco Por Guitarra: http://guitarra99.blogspot.com.br
Carlos Manara Hardware: manaracarlos@hotmail.com
Guitar Garage: http://www.guitargarage.com.br
Aqui um video clip de um ensaio do meu projeto INNPRATICA onde eu uso patches que misturam as três possíveis gerações de som do GR-55, incluindo mais para o final um patch baseado no antigo Roland GR-300 e seu "trompete nervoso":