quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Setup de Palco 2

INNPRATICANDO

Estréia do Projeto INNPRATICA na Sala Municipal Baden Powell, Rio de Janeiro
Dia 15 de Novembro de 2017





Finalmente decola pela primeira vez a nave "especial" "INNPRATICA". Misto de projeto e sonho, depois de dois anos de "entra e sai" de componentes, entre as dificuldades desse nosso Brasil varonil conseguimos alçar o primeiro voo. Esse projeto é em base a adaptação do meu CD "INNPRATA" para um espetáculo ao vivo áudio-visual. 


ALex FriAs

Meu set tem se definido cada vez mais compacto e prático ao longo desse tempo de preparação. O centro do setup é baseado no Roland GR-55 e na guitarra Fender/Roland GC-1. Alguns upgrades foram feitos na guitarra e já citados no episódio:
Porém ainda não foi citada a última atualização, que foi a troca de captadores magnéticos por dois Lollar Blackfaces (Meio e Ponte) e um Edu Fullertone Single  Custom Made (Braço). O timbre original da guitarra melhorou sensivelmente. Realmente Lollar e Fullertone são imbatíveis! Já a unidade GR-55 foi para um case mais compacto e  que abriga ainda um TC Electronics Mini HoF e um Boss RC-3 Loop Station com um controlador feito por mim.

A monitoração ficou a cargo de um Gallien-Kruger 200MK, um amp de teclados que se prestou bem ao papel, já que todos os timbres foram programados para serem enviados diretamente para o P.A.! Os timbres de guitarra mais clássicos usando algum tipo de modelação de amplificador e gabinete específicos. Além de ser bem portátil e com boa fidelidade, o painel oferece 3 entradas discretas! Completando o set um Apple iPad 2 com o app SAMPL para disparar samples e loops, ligado a um pedal de volume Boss FV200L saindo pra uma na DI Box direto pro P.A., slides de vidro e alumínio e o importantíssimo E-bow!

Rogério Favilla

O seu setup básico consiste de uma excelente Epiphone Emperor com alavanca Bigsby, toda stock, e um pedalboard contendo: Dunlop Cry Baby, BigMuff Custom Made FTXBehringer GDI-21, Pedal de Volume MorleyLine6 M9 e um Boss DD-3 ligada num Meteoro MGV-7 modificado e microfonado com um dinâmico específico disponível. Um E-bow completa o set de guitarra! Além disso um segundo set contendo inúmeras percussões de efeito, como paus-de-chuva, shakers, chocalhos e um Derbak Árabe para percussão rítmica são usados.

Também para o show foram utilizados um Violão de cordas de aço Eagle CH-360 (reconstruído pelo ótimo Marcelo Calisman!) com a afinação usada pelo co-autor da faixa "Cool Flame" e grande músico/instrumentista Eduardo Agni, ligado a um ZOOM A2 e direto no P.A via DI Box. Ele também usou um Kântele de 10 cordas, especialmente construído por Rubén Bagatello da ANCESTRAL - Instrumentos Étnicos, já com captação Piezo embutida ligado a um ZOOM MS-70cdr, DI Box e direto no P.A.

Didier Fernan












Usando um baixo Fretless Martau "Monster" (Headless), ainda deixou como reserva um Alembic "Spoiler"V!!! O iPad 2 foi só pra "cola" das partes escritas. O pedalboard foi composto de um PreAmp MicroBass da EBS com os seguintes pedais em seu loop: Boss TU-3 Tuner, EHX Micro POD, Dunlop MXR Phase 100, Boss AW-3 Dynamic Wah, Boss CE-2 Chorus Ensemble e Boss DD-3 Digital delay. Tudo direto no DI Box pro P.A.!

André Sachs


Além de fazer os teclados em vários temas, ele faz guitarra em dois temas e violão de nylon em um outro. Como nos dois temas que André toca guitarra o Rogério faz percussão, Rogério cedeu graciosamente seu setup para que André pudesse fazer as partes de guitarra sem aumentar consideravelmente o seu próprio set. De teclado usou um Roland JX-8P com o módulo programador e disparando via MIDI os módulos de som Roland JV-1080 e Emu Vintage Keys. Tudo isso mixado num pequeno Mixer Edirol modelo M-10MX. O violão usado foi um Tagima Ventura de Nylon com uma adaptação da afinação usada no CD INNPRATA na faixa "DARSHAN" pelo Maestro Paulo Freitas. O violão foi captado por microfone  além de também ser enviado o som direto do Piezo de rastilho por DI Box.

João Calmon

O kit de percussão eletrônica, pads  e pratos tem como centro o sistema da Roland Octapad SPD-30. Mais dois pads adicionais da Roland: um V-Drum comum e um V-Kick Trigger KD-7, esse último tocado com um pedal IRON COBRA da TAMA.

Fone VicFirth, banco ROC SOC e baquetas VicFirth 5B e VATER 5A









De pratos são: um Hammerax de 24", um MEINL série Byzance de 18" Benny Greb signature, um Splash PAISTE de 5" Black e umAlu Bell de 7" SABIAN.

As saídas da SPD-30 vão direto pro P.A. por DI Boxes e os pratos são captados com dois microfones condensadores posicionados como "Over All".



Jaffer Swamani


Kit de percussão acústica indiana e árabe. Tablas Indianas. Pakawadji Indiano, Derbak Árabe feito em Alexandria, Egito, e Finger Cymbals. A captação foi feita por cima de cada face golpeada de cada tambor. Todos os microfones dinâmicos.





Marcello Borio


Mais centrado na percussão acústica Afro-Caribenha e Brasileira, o kit usado por ele consiste de: Congas – MEINL
Pandeiro por EDGARDO (LUTHIER, RIO), Tambor Xamânico por ADRIAN, SHAMAN (LUTHIER, CUSCO), Caxixi & Shakers por CHINA (LUTHIER, RIO), Darbuka (ou Derbak) feito em ISTAMBUL, Triângulo, Sino Tibetano e efeitos diversos.







Microfones dinâmicos em cada conga e outros dois para os efeitos e Tambor Xamânico. O Pandeiro foi microfonado com um AKG C418 com suporte no próprio instrumento.


Convidado Especial
Jean Christophe Paramatma


Flautas Bansuri Indianas. Na verdade um convidado muito especial, pois levou, além do encantamento de sua música e suas flautas, um astral maravilhoso transbordando de boa vontade. Mais uma vez todos nós agradecemos de coração a esse grande músico e ser humano!

Fotografias por Amancio Thimoteo, Reyson Huguenin, João Calmon, Vera Ramos e ALex FriAs.






Produção Geral e Direção: Luis Estellita Lins
Produção Executiva: Rogério Favilla
Som: João Vicente C. P.
Luz: Paulo Denizot
Video Design: Reyson Carlomagno Huguenin


terça-feira, 26 de setembro de 2017

Setup de Palco 1

AJJA Duo Project Pré Estréia e Estréia.


E agora passamos para os boards maiores, primeiramente o do projeto em duo que montei com o baterista e colega João Calmon. Como uma das ideias básicas do AJJA Duo era podermos criar loops ao vivo, em tempo real, espontaneamente, e improvisar a partir desses loops, a primeira coisa que me veio à cabeça foi trazer de volta à pedalboard o imenso e amado Line 6 DL-4. Ele tem apenas  14 segundos de looping no MODO NORMAL e 28 segundos no MODO DIVIDED BY 2, onde ele baixa a oitava e dobra o tempo de looping. Além disso també tem a possibilidade de inverter a direção do sinal, ou seja, tocar de trás pra frente e também reverter isso. também é bem fácil de lidar, adiciona um delay com vários parâmetros controláveis e já estou acostumado com ele. Porém para loops maiores e ter a possibilidade de carregar pro palco algo já pré-gravado escolhi um minúsculo é ótimo pedal LOOPER da AMOOM. Ele permite gravar até 5 minutos de loop e pode trocar arquivos .wav com o computador usando um cabo USB e um software bem simples e gratuito. Vamos ver a durabilidade! A única pedalboard que comportou essa loucura toda foi uma pesadona da Gator, infelizmente não tem case, apenas um bag...


Para caber a DL-4 e também um switcher programável chinoca VLP8, que é bem legal, infelizmente não tem MIDI nem chaveamento de amps. Acho que num futuro próximo vou pegar um YETI do PEDRONE Amps. Já que descobri formas de fazer os ZOOM MS-70cdr e MS-50g a responderem aos comandos de Program Change do YETI*. isso seria uma mão na roda para trocar de timbres já que uso um monte de Patches criados por mim nesses multiefeitos da ZOOM. Como ainda não implementei esse arranjo MIDI na pedalboard fiquei com o MS-100bt da ZOOM que é incrível também, porém não possui porta USB, apenas troca arquivos pelo Blutooth.
As coisas estão ligadas da seguinte maneira:
1 - Guitarra ligada ao INPUT do switcher VLP8
2 - O primeiro loop do VLP8 eu uso apenas para entrar com som do iPad 2, no qual uso alguns apps de teclados e sons. Principalmente os com sons de Mellotron (M3000) e MiniMoog (iMini). Assim só ligo a saída do iPad ao return do loop 1 do VLP8.
3 - O Ibanez Tube Screamer MINI no segundo loop da VLP8. Como eu não estou usando nenhum buffer nessa pedalboard não existe combinação com som direto da guitarra. uso o TS MINI como um buffer quando não há outra distorção ou fuzz acionado e controlo a sujeira/limpeza no volume da guitarra e na dinâmica do toque.
4 - O Yamaha MBD-20M MultiBand DISTORTION, que é um pedal de distorção muito bacana que distorce separadamente a parte grave do sinal da parte aguda. Muito limpo e muito sujo ao mesmo tempo.Esse vai no loop 3 do VLP8.
5 - O super flexível ZOOM UF-01 UltraFuzz. vai do super comportao até o ruído mais doentio...rs. uma boa ferramenta para qualquer momento. Esse vai no loop 4 do VLP8.
6 -  O EHX Iron Lung VOCODER super compacto para meus "Quinto Zumbi Vader" e outras filtragens vocais. Esse vai no loop 5 do VLP8.
7 - Mais EHX!!! Um multiefeitos incrível, o Ring Thing, que tem presets, mas nenhum controle remoto via MIDI. Esse vai no loop 6 do VLP8.
8 - O BOSS FV-50 Volume Pedal no loop 7 do VLP8.
9 - O ZOOM MS-100bt, um dos multiefeitos da ZOOM que tem alguns dos algoritmos mais interessantes que a empresa já disponibilizou vai no loop 8 do VLP8.
10 - Da saída do VLP8 vai pra entrada do Line6 DL4.
11 - Da saída do Line6 DL-4 vai pra entrada do AMOOM Loper.
12 - Da saída do AMOOM Looper vai pra entrada do amp.

No Teatro Gláucio Gil (Rio) usei como amp um MARSHALL Valvestate 8040 das antigas. As pessoas vivem dizendo que é um híbrido, mas é apenas um bom amp Solid State com uma válvula 12AX7 no canal sujo. Funcionou e foi mais fácil de usar na correria dessa gig, que na verdade foi apenas uma prévia do que seria o show no dia seguinte. De quitarra usei a minha Frankeinstrat com corpo de Fender Road Worn 50's e um braço de umaSquier Coreana comemorativa, sei lá o que, e pickups singles Gold Foil GFS. Essa mesma que foi mostrada aqui no blog em https://timbre-se.blogspot.com.br/2016/03/strat-partscaster-com-gfs-singles-gold.html .



No show de estréia na Audio Rebel (Rio) já voltei pro velho valvulado meteórico MGV-7 com o falante do RK. As coisas depois de bem ajustabas ficam muito mais "redondas" com ele! Sinto-me bem tocando com ele com pouca distância dele, podendo brincar com feedback controlado facilmente. novamente ele foi suficiente para ocupar todo o ambiente, que é relativamente pequeno, sem se esgoelar e sujar totalmente. E sem microfonar o bicho!
De guitarras usei a Gold Foil Frankeinstrat e deixei ali do lado na reserva a minha queridíssima Epi Wilshire. também já debulhada aqui no blog em https://timbre-se.blogspot.com.br/2016/07/reedicao-epiphone-wilshire-66-uma-otima.html .A qual eu pensei até em usar pra fazer uma graça na parte que entram os convidados, mas acabei nem usando a tal. No mais os acessórios de sempre: E-bow, slides de vidro e de metal, etc.
* Fiquei sabendo de "fonte segura" que o Augusto Pedrone já está pensando em fornecer futuramente essa USB HOST em seus switchers... Se eu conseguir passar na Expomusic, tento confirmar isso!




Updates


#1 - Como ficou o set de palco no Teatro Municipal Café pequeno. A segunda guitarra ficou a cargo de minha Fender Telecaster Road Worn 50's, que permaneceu quieta até o final do evento.




#2 - Essa é a foto da pedalboard que eu pretendia levar para o show de São Paulo que foi cancelado. Ela soa muito bem, arriscaria dizer que até melhor que a outra, porém a falta que o Line6 DL-4 faz é enorme em relação à criação de loops médios e curtos...

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Surpreendentes Captadores Edu Fullertone - Parte 2

De um bom GFS Tele bridge para um pickup dos sonhos!


Há alguns anos atrás eu procurava por uma Fender Telecaster e acabei gostando de uma American Special bem dentro das specs mais caretinhas do modelo. Mantive a captação por um bom tempo, mas nunca usei muito essa guitarra, apesar de gostar muito dela. Depois que encontrei a Fender Telecaster 50's Road Worn que já postei por aqui ( https://timbre-se.blogspot.com.br/2016/12/setups-3-ainda-miniboard-com-os-friends.html ) achei que a minha Tele American Special poderia virar uma máquina mais moderna e versátil!

A primeira coisa interessante que eu havia percebido nessa Telecaster era o fato de que, ao se retirar o escudo, via-se que a cavidade do captador do braço era na medida de um Mini HB, estilo LP DeLuxe ou Firebird. Isso já deixou uma possibilidade aberta para experimentação. Depois de desistir de usar um Mini HB de DeLuxe da Gibson na minha LP Tribute, resolvi que chegara a hora de experimentá-lo na Tele Am Special. Procurei por um escudo de Tele com essa abertura pra captador Mini HB e logo o encontrei. Depois de instalado, esse Mini HB nunca mais saiu dali. O ajuste de altura, como sempre, foi importantíssimo para se obter um equilíbrio de corpo e harmônicos. Mas aí comecei a não curtir mais o pickup da ponte  e a combinação de ambos.

E eis que começa a tal novela... Experimentei alguns captadores nessa posição, alguns com melhores e outros com piores resultados. A questão era, além de combinar, não perder completamente o twang fundamental de Telecaster. Um candidato que passou um bom tempo nessa posição foi um Klein Fatman. Um captador com grave gordo e potente sem deixar completamente a sua natureza de bobina simples. Por algum tempo permaneceu ali. Até que recebi de alguma transação de trocas e vendas um GFS 60's overwound e decidi experimentá-lo...

Qual não foi minha surpresa ao notar que o GFS ficou ainda mais interessante que o Klein, uma marca que nunca me decepcionou! Pois ele tinha a mesma corpulência do Klein, porém um twang muito mais pronunciado! Parecia ser o real candidato à posição. Como a instalação foi feita às pressas, usei as molas que acompanhavam o GFS no lugar de tubinhos de látex, logo que comprei os tubinhos novos fui fazer a substituição. Foi aí que equivocadamente acabei por arrebentar um dos fios do GFS!!! Pus o Klein de volta e enviei o GFS para o Edu Fullertone com a seguinte recomendação: "Faça o que você achar melhor!"

Depois de algum tempo o Edu recebeu as coisas que havia mandado pra ele (o kit de Mini HB Firebird da StewMac e o cadáver do GFS de Tele). Logo ele me mandou notícias e revelou uma coisa que de uma forma ou de outra já sabíamos: os captadores da GFS são bem genéricos, feitos como a maioria dos pickups genéricos vindos da China e disse que refaria boa parte do captador, além de reenrolá-lo com fio decente e correto para a sonoridade requerida. Quando recebi o pickup logo o instalei ( com muito mais cuidado...rs ) e lembro-me até de rir sozinho por "felizmente" ter arrebentado o pickup original! O resultado está nas faixas de áudio que seguem abaixo. Na minha opinião ele apresenta o equilíbrio perfeito, bem mais que o GFS tinha originalmente, com uma complexidade harmônica incomparável. Mais um sucesso extraordinário dos Fullertone Pickups!

Mesmo sabendo que os GFS são feitos de forma não tão apurada, os resultados podem ser bem bons. Ainda tenho alguns dos captadores que comprei deles e dos quais gosto bastante. Mas é difícil compará-los com captadores artesanais de boutique como os Fullertone Pickups!

ATUALIZAÇÃO 09/05/2023

Chegamos a gravar um vídeo em casa e captamos o som com apenas um Mororola G3.1 e acredito que está bestante fiel ao som ouvido originalmente. Foi usado um amplificador Fender Super Champ XD com um falante de 10" ferrite magnet Ted Webber.

Os áudios foram feitos na loja GoldTop Instrumentos musicais do meu amigo Sidnei Vaz e contaram com seu auxílio luxuoso. O amp usado foi um Fender Super Sonic com um cabinet de 4x12" Dime.

GoldTop Instrumentos Musicais:  http://www.goldtop.com.br/

Guitar Fetish Pickups: http://www.guitarfetish.com/KP--Repro-1960s-HOT-Alnico-Tele-Bridge-Pickup--Kwikplug-Ready_p_21963.html




sexta-feira, 30 de junho de 2017

Surpreendentes Captadores Edu Fullertone - Parte 1

 Firebird Minis.




Eis que chega pelo correio uma das minhas mais saborosas descobertas: captadores artesanais do Edu Fullertone! Ok, não é de hoje que sei da qualidade desses captadores, mas a coisa parece só melhorar! Dessa vez procurei o Eduardo José Fullertone para uma missão especial: reproduzir os captadores mini humbuckers originais das antigas Firebirds, muito diferentes em construção e design dos mini humbuckers das Gibson Les Paul DeLuxe. Pois mesmo as novas Firebirds de linha da Gibson não tem esses captadores nas especificações da época. Na verdade o pickup nesse estilo que mais me chamou a atenção foi o que vi e ouvi nas demos do Bonamassa com sua nova Epiphone Firebird Signature!


Antes mesmo de contatar o Edu e pedir para ele fazer um captador desses, por pura curiosidade, procurei saber se havia algo de diferente em sua construção. Eu tinha acabado de comprar de segunda mão uma réplica muito legal de Firebird VII, incluindo os três pickups mini específicos. Ela inclusive já soava bem, mas não tanto quanto o que eu ouvia "por aí". Juntando tudo que já havia pesquisado e observando um kit vendido pela StewMac (cuja gravura se encontra à esquerda) pude então entender melhor a arquitetura do bicho. Ele mais parecia uma apropriação da ideia do captador lipstick, que tem a bobina enrolada no comprimento das placas de Alnico. Nos modelos mais novos de lipstick você também encontra essa bobina de plástico onde se encaixa a barra de magneto, facilitando o enrolamento da bobina. As diferenças ficam, a grosso modo, em função dos tamanhos das lâminas e do Firebird mini usar duas bobinas em anti-série, lado a lado, como humbuckers normais, com a polaridade magnética invertida. Além disso há duas lâminas de metal magnetizável entre as barras de Alnico. A de baixo maior e a de cima bem pequena. Como se pode observar na gravura. 


Logo que pude, tirei um dos captadores da guitarra e o abri. Realmente alguém aparentemente já havia tentado reproduzir essa estrutura dentro do captador. Pois lá estavam as duas lâminas de Alnico, nesse caso Anico 5, porém as bobinas apresentavam fio de qualidade e calibre diferentes do original para poderem atingir os seus 16k Ohms na soma das duas bobinas. mas apresentavam as lâminas finas de material magnetizável. Como eu tinha um mini HB de Les Paul genérico, creio que um GFS, com as bobinas somando entre 6k e 7k Ohms resolvi fazer uma experiência... Usei as bobinas desse mini Deluxe recheadas com as barras de Alnico do que veio na minha Firebird e o resto da construção, com as lâminas por cima e por baixo. Coloquei na posição do braço e foi um bom resultado.


Foi então que entrei em contato com o Edu e falei sobre a ideia de tentar reproduzir os originais das Firebirds dos anos 60 usando como base o kit da StewMac. Ele topou, eu encomendei um kit e quando chegou o enviei diretamente para o Edu com um outro captador de ponte de Tele que eu havia arrebentado o fio ( mais detalhes na Parte 2 ). Ele então com um fio adequado construiu de maneira fantástica o captador em cima de todos os dados pesquisados, principalmente por ele, inclusive o padrão de enrolamento das bobinas. O resultado não poderia ser melhor!!! E pode ser conferido nos áudios abaixo. A mim agradou muito mais, inclusive muito mais interessantes que os novos captadores encontrados nas atuais Firebird de linha da Gibson, que normalmente tem essas leituras de 14k a 17k de resistência DC e apenas um magneto cerâmico na base e duas barras de metal magnetizável no meio das bobinas. Mais parecendo esses humbucker de lâmina tipo Hot Rails.

Observações: Essa Firebird VII, apesar de estar com os três captadores mini, o do meio não está ligado. Ela está configurada para operar com apenas os dois captadores de ponte e braço, com apenas um controle de TONE de 500k e capacitor de 22nF e dois potenciometros de VOLUME de 500K e um capacitor de Treble Bleed de 220pF. O captador que eu fiz está na posição do braço, o Fullertone na posição da ponte. Logo que ele fizer outro, porei o que eu fiz na posição do meio, o novo na posição do braço e religarei todos os três, o terceiro com um potenciômetro com chave de 1M Ohms.!
Chegamos a gravar um vídeo, mas os artifícios sonoros criados pelos codecs de áudio do YOUTUBE ficaram tão terríveis que mal se entendia o timbre do instrumento e dos captadores.
Os áudios e video (não usado) foram feitos na loja GoldTop Instrumentos musicais do meu amigo Sidnei Vaz e contaram com seu auxílio luxuoso. O amp usado foi um Fender Super Sonic com um cabinet de 4x12" Dime.

GoldTop Instrumentos Musicais:  http://www.goldtop.com.br/



quarta-feira, 15 de março de 2017

Como assim a marca é VINTAGE? 2

Personalizando uma V100PGM "Lemonn Drop"

Uma adorável  LP



Apesar de ser dono de duas Les Pauls da Gibson (uma com humbuckers e a outra com P-90), mesmo não sendo nenhuma delas Top Line, eu me dava por satisfeito, afinal as duas eram bem suficientes pra mim, um confesso apaixonado pelas Strats. Mesmo assim ainda ficava fascinado com o conforto, a sonoridade e a beleza dessas cópias da marca VINTAGE: a V100AFD "Paradise" e a V100PGM "Lemonn Drop". Mais animado fiquei quando ela foi , digamos assim, "aprovada" pelo famoso blog LOUCO POR GUITARRA, onde inclusive vocês podem acompanhar uma postagem, excelente como sempre, falando sobre detalhes de construção e madeiras. Eu, por minha vez, fui à Barra Music aqui no Rio conhecer melhor as duas, AFD e PGM. Depois de tocar bastante, mesmo com certa dificuldade de escolha, elegi a PGM!


A ideia básica era ver até onde em termos de qualidade e timbres eu poderia ir com uma dessas boas e relativamente baratas cópias de Les Paul. Primeiro testei bastante a guitarra como ela vem originalmente. A construção é bem bacana, mas ela não segue nem mesmo no corpo o desenho da LP original, sendo notável a ponta mais "afiada" do cutaway. Porém o top de maple é bem generoso e bem esculpido, além do veneer "tigrado" que dá ao acabamento uma textura 3D fantástica.



Aliás o acabamento de modo geral é bem legal, mas obviamente para uma guitarra nessa faixa de preço não dá pra esperar coisas como pintura de nitrocelulose ou outros fatores preciosistas que adicionem mais demora na feitura do instrumento. O que torna esses instrumentos baratos é justamente a possibilidade de produção de muitas unidades em pouco tempo! E tenho que dizer que como vem já é bem usável, num padrão de qualidade de regular para alto!


Os captadores vem fora de fase magnética, um em relação ao outro, com o da posição do braço com os parafusos voltados para a direção da ponte, como se costuma ver em LP's inspiradas pela guitarra do Mr. Peter Green. Realmente, apesar de interessantes os timbres conseguidos com a combinação dos captadores e diferentes VOLUMES em cada um, não me interessei muito por essa possibilidade e fui na direção contrária: a mais careta e vintage possível! (Claro que dentro do meu imaginário sonoro...rs).


Começando com os captadores, tentei, colocando um potenciômetro com chave no controle de TONE do captador do braço inverter a fase elétrica, uma vez que a fase magnética já estava invertida, gerando aquelas sonoridades mais nasais e magricelas de captadores combinados e fora de fase. Realmente com a fase elétrica trocada o captador do braço passava a se combinar da forma mais tradicional e criar timbres mais conhecidos de todos. Imaginei então que manteria esse recurso na guitarra... Porém logo tive uma ótima oportunidade de adquirir um pickup da Klein para a posição do braço, um Epic 58. Nem pisquei e arrisquei a compra do tal captador. Ao colocá-lo vi imediatamente que não havia jeito de reverter as polaridades eletricamente, pois ele, como tentativa de ser uma cópia de PAF do ano de 1958, só apresentava uma via mais a malha de blindagem. Eu teria que abrir e mexer no captador... Ou seja, tchau, chaveamento através do captador do braço! Decidi primeiramente instalá-lo da forma convencional, com os parafusos direcionados para o braço. No alvo! Já deu gosto de ouvir aquele som lindo saindo da guitarrinha!


Também troquei todos os potenciômetros por A500K CTS, com capacitores de 330pF nos de VOLUME para Treble Bleed e 12nF para o TONE do Braço e os tradicionais 22nF para o TONE da ponte. Mais tarde um pouco acabei por instalar um Gibson Classic 57 na posição da ponte que peguei numa troca e achei que foi uma boa combinação, apesar dele também ter apenas um cabo com a malha e uma via, ou seja chaveamento pelo captador da ponte também ficou impossibilitado! O tipo de ligação de TONE e VOLUME escolhida foi a "50's wiring". O esquema é fácil de conseguir numa só "Googleada"!


Mas ainda faltava um certo estalado, e talvez um pouco mais de separação entre as cordas nos acordes, mais articulação... Um conhecido meu, não vou dizer quem (...rs) me ofereceu uma ponte Callahan estilo ABR-1... Pensei, pensei, sempre  meio na dúvida, pois a ponte era de ótima qualidade, sem dúvida, porém, como é feita de aço, que não era o material das pontes das LP's de outrora (muito menos de agora...) ficava na dúvida... De qualquer modo não adiantava ser preciosista, pois a guitarra não era nenhuma Historic, R8 ou R9, certamente uma ponte da Callaham valeria a experimentação!  felizmente eu já tinha os adaptadores de postes "imported" pra poder usar no lugar da Tune-O-Matic da Wilkinson (que já é uma ponte bem legal!) uma ponte estilo ABR-1. Aproveitei e também encomendei pelo ML um "stop tail" de alumínio da GOTOH que vi anunciado a um precinho justo. Com o conjunto trocado a coisa ficou quase do jeito pretendido por mim, eu mesmo custava a crer!


Apesar das tarraxas da Wilkinson também serem bem funcionais, não resisti a um set de GROVER com sua escala de 18:1 de voltas, muito suave e precisa!  Depois troquei os knobs e adicionei os apontadores de metal, mais conhecidos como fatiadores de dedos!!! Além de trocar o "tip" da chave seletora de captadores por um imitando aqueles antigos de cor âmbar. Pura frescura cosmética...rs.

Abaixo um vídeo gravado pelo Sidnei Vaz em sua loja Goldtop Instrumentos Musicais com a VINTAGE V100PGM "Lemmon Drop" plugada direto num Fender Super Sonic numa caixa Marshall 212. A distorção ouvida é o canal sujo do próprio amp.



Loja Goldtop Instrumentos Musicais: http://www.goldtop.com.br/

Website JHS/Vintage:  http://www.jhs.co.uk/brands/vintage/vintage-electrics

Website do importador brasileiro: http://www.habro.com.br/vintage/

Loja Barra Music Rio de Janeiro:  http://www.barramusic.com.br/