sábado, 19 de maio de 2018

Setup de Palco 3

Pescara's Knight Prog Band


Feliz de poder  participar dessa gig de Jorge Pescara & Knight Prog Band! Ao mesmo tempo poder tocar num espaço do qual sou fã aqui no Rio de Janeiro: o Centro da Música Carioca Arthur da Távola! O repertório do espetáculo é baseado no segundo CD solo do Pescara: "Knight Without Armour", um trabalho centrado em TouchGuitars, nesse caso as da Megatar. Nessa estréia adaptou-se o show para comportar uma workshop sobre estes instrumentos apresentada pelo próprio Jorge.

ALex FriAs


Uma das coisas legais de estar nessa gig é poder usar timbres de guitarra diferentes dos usuais e carregar na criação de paisagens sonoras mais interessantes. Experimentar com fuzzes e voltar a usar o Whammy, mesmo que de forma reduzida, é muito bom! Além disso pude estrear o Laúd espanhol ao vivo, do qual me ocupei na matéria de Fevereiro desse ano. Além disso poder estar de volta à ativa com essa banda que já se juntou sob outro título. Músicos excelentes e muito bons amigos!

A guitarra principal escolhida foi uma PRS SE Singlecut com alavanca. Foi uma maneira de me obrigar a "sair da casinha" da Fender Stratocaster, que é meu porto seguro...rs. E de certa forma achei que teria mais a ver com esse trabalho de forma geral. Nessa guitarra foram feitos upgrades consideráveis: Captadores Seymour Duncan Pearly Gates (pra mim uma das melhores coisas de linha da SD!), tarraxas com trava da Sperzel, bloco de sustain (caro!) de latão da KGC e molas Raw Vintage. Na parte elétrica tudo foi trocado! Potenciômetro de B 500k no VOLUME com cap de 330pF para Treble Bleeding e um pot de TONE A 500k com chave push-pull para emudecer o captador do braço e assim transformar a chave de seleção em KillSwitch, mais cap de 18nF de filtro. A segunda guitarra, como não poderia deixar de ser, é uma Fender Stratocaster, nesse caso uma Road Worn 60's com captação Guitar Garage Three Tone! Bloco de aço, alavanca e molas do Carlos Manara. Já o amplificador, um ótimo VOX AC30 TopBoost me foi gentilmente emprestado pelo Marcelo Marcky Rain, diretamente de seu estúdio no CMC!

A pedalboard principal, a mesma que costumo usar com o AJJA Duo, foi toda remodelada pra essa gig e pude estrear o controlador do ZOOM MS-50g da FREEDOM. O que foi de grande ajuda, pois muitos timbres diferentes foram usados. Essa pedalboard foi usada nas guitarras e os efeitos selecionados dentro das programações  da Vitoos VLP8. Foram usados os seguintes pedais e efeitos: 1) Digitech Whammy XP-100; 2) ZOOM UltraFuzz; 3) Ibanez TS-Mini; 4) YAMAHA MultiBand Distortion; 5) BossT-Bone (Homemade); 6) Mooer Analog Echo7) BOSS FV-50H Volume Pedal e 8) ZOOM MS-50g e da saída passa pelo TC Electronics DITTO antes de ir para o amp. Acessórios indispensáveis: HSP Plus E-bow e um shaker handmade by Marcelo Marcky Rain.

A outra pedalboard foi montada exclusivamente para amplificar e mandar para o P.A. o sinal do mic iRig Acoustic da IK Multimedia colocado no Laúd espanhol da Alhambra. Para facilitar o uso do instrumento durante músicas com guitarra usei uma estante da ASK. A pedalboard contem o módulo iRig Acoustic Stage, que passa por um Digitech iStomp com o algoritmo "Lexicon Hall Reverb" carregado na memória, passando depois por um BOSS FV-200L Volume Pedal e indo para uma DI box ativa da DOD, só então vai para o P.A..



Jorge Pescara


Como mencionei anteriormente, esse show é centrado nos TouchGuitars, então dessa vez o Jorge Pescara deixou os baixos de lado para se concentrar somente nos touch da Megatar! São dois os modelos usados: um Touchguitar Mobius Megatar Toneweaver, e um Touchbass Mobius Megatar Dragon. As abordagens de afinação de cada um é bastante diferenciada, o que foi mais importante na escolha de dois instrumentos em lugar de um apenas. As afinações usadas são as seguintes: Toneweaver (em 4ªs): low - B E A D G C, high D G C F Bb Eb; Dragon (em 5ªs invertidas nos graves e NST nas agudas): low (da mais grave, no meio do braço, pra mais aguda no extremo superior) C G D A E B,  high G D A E C G.



Duas pedalboards foram montadas para processar independentemente as partes "low" e "high", relativas às saídas independentes dos pickups para o set de cordas mais graves e o pickup que capta o set das cordas mais agudas. A pedalboard "low" conta com um KORG PreAmp & Effects ToneworksBass, um Line6 FM4 + Pedal Roland EV5, BOSS Loopstation RC3 + Footswitch BOSS FC6, daí pro amplificado, nesse show um AMPEG. Já a outrapedalboard, a "high", contém um Ed'sMod Fuzz Moby Dick, um Ed'sMod Envelope Filter Triton, um Compressor Pescara by Rock It!, Behringer Octaver UO100,  Danelectro Delay Fab Echo (modificado), HSP High E-Bow, BOSS Pedal de Volume FV50, BOSS Pedal de Volume FV60,  normalmente para o amp de guitarra, que nessa gig foi um Fender Twin Reverb Reissue Blackface foi usado!

Obs: Jorge Pescara usa cordas Elixir(R) em todos os seus instrumentos. No caso dos TouchGuitar e TouchBass ele combina jogos de cordas Elixir(R) para baixo e para guitarra!



Renata Puntel


Nesse show Renata está atacando mais de voz e teclados, mas a flauta também está presente em um dos temas! E felizmente, como o CMC Arthur da Távola tem um bom Piano Acústico YAMAHA 1/4 de cauda, ele foi utilizado para a introdução do show, o que criou uma sonoridade excelente e orgânica para a abertura! Além dele ela usou um teclado YAMAHA Piano Master Key P95 e um Roland GSeries, ambos numa estante STAY. Para um dos temas, como mencionei, ela usou uma Flauta Barroca Tenor da YAMAHA. Mais um Caxixi!




Iuri SantAnna

Já o Iuri usou um kit acústico para a maioria dos temas e um set eletrônico basicamente para disparar loops e samples! O set de bateria acústica foi composto de: um Bumbo Pearl 22,  um Tom Pearl 12, um Surdo Pearl 16, um Pedal Duplo Pearl, uma Caixa 14 x 7 Pearl,  um Hihat 14 Zildjian, um prato A Custon Ride 20 Zildjian K, um Crash 17 Impression, um Crash 16 Zildjian K, um China 17 Impression, um Splash 9 Impression, um Splash 8 Zildjian A. O set eletrônico foi composto por uma Roland SPD-SX, um Fone Moxpad ligado a um PowerClick. As baquetas foram Vick Firth
















quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Eletracuzkos - #1

Laud Espanhol


Steve Howe
A primeira vez que lembro ter visto esse instrumento foi em fotos numa entrevista do fantástico Steve Howe (da banda inglesa YES) a uma revista especializada. Não havia internet à época, ao menos fora dos contos de ficção científica...rs. Na entrevista não ficava clara a origem do instrumento, pois ele era referido como uma "guitarra portuguesa", que pra mim era outra coisa... 




Mas só vim a ter contato direto com o instrumento quando o excelente músico, compositor e amigo Márcio Rocha veio atender a um convite, juntamente com outro fera, o multi-instrumentista Marcus Antônio Moura,  do meu Duo com o grande batera João Calmon, AJJA Project, para se juntar a nós em alguns temas improvisados ao vivo.  



Márcio Rocha
Só então pude conhecer e compreender a estrutura desse fascinante instrumento. É um instrumento de 6 cursos de cordas duplicadas (diferente do Violão de 12 cordas, onde normalmente os bordões tem seus pares oitavados!) com uma escala bem curta e o corpo bem ressonante com o formato de gota, como os alaúdes mais conhecidos, porém com fundo plano. Parece ter como parente direto a Banduria



Jacob do Bandolim
Guitarra Portuguesa
Ele também me lembra bastante o Bandolim Brasileiro, que, se não me engano, teve sua estrutura modificada a pedido do genial Jacob do Bandolim para ter uma sonoridade mais rica e dramática como das originais Guitarras Portuguesas usadas nos fados. O Bandolim Brasileiro tem sua afinação em quintas nos intervalos de corda á corda e na sua forma original 4 cursos de cordas duplicadas. Uma abordagem que lembra o violino e a afinação usada no Guitar Circle (Ex-Guitr Craft) de Robert Fripp.


Na busca do instrumento há algum tempo, acabei por achar uma oferta imperdível. Fechei negócio e lá estava eu com meu Laud Espanhol Alhambra L-3C! Apesar de já gostar da sonoridade que o Márcio Rocha tirava, eu precisava decidir qual afinação usar! A que encontrei como a corrente principal usada foi, dos bordões para as agudas: G#2 C#3 F#3 B3 E4 A4. A tal Banduria tem essa mesma afinação, porém uma oitava acima. Ambos com intervalos de quartas justas entre as cordas, a mesma abordagem que costumo usar no meu Alaúde Árabe Elétrico. No caso do Alaúde Árabe, que não tem trastes, perder os formatos de padrões de escalas e acordes advindos do violão e da guitarra nem parecia ser grande coisa. Mas no caso do Laud Espanhol preferi optar por uma afinação nos moldes intervalares do violão padrão. Com uma diferença de dois tons apenas entre a terceira e a segunda cordas. Assim a afinação acabou ficando: G2 C3 F3 A#3 D4 G4, deixando as cordas menos tensas e mais amistosas em relação às  tonalidades mais comuns. Depois de afinado e satisfeito com à sonoridade geral do Laud pude perceber que a intonação estava muito longe da perfeição...


Marcelo Calisman
Felizmente pude recorrer aos serviços do excelente profissional e amigo, o Luthier Marcelo Calisman. Ele já está começando a se acostumar com os desafios sobre-humanos que levo para a sua oficina. Dessa vez compensar, ao menos um tanto, essa diferença, principalmente nas cordas mais graves. Com sua grande experiência ele viu que poderia fazer uma espécie de enxerto de osso cavando um pouco o cavalete por trás do rastilho e colocando ali um anteparo, como um segundo rastilho de tamanho menor. Deu certo e a entonação melhorou muito.



Para completar o quadro, já pensando em levar o instrumento pra ser usado no palco, eu resolvi testar o tal sistema de microfone condensador aliado a um pequenino módulo digital da IK Multimedia: o iRig Acoustic Stage. Também tive a sorte de encontrar um sendo vendido por apenas um pouco mais do que é vendido nos EUA. E realmente não me arrependi. Pois não seria interessante mexer mais na estrutura do instrumento. Por outro lado, se esse sistema de captação funcionasse a contento, eu poderia colocá-lo em outros instrumentos que não quero mexer, como Cavaquinho, Viola de Dez Cordas, etc. Por enquanto estou satisfeito com ele, mas ainda não o testei no palco...  Uma coisa apenas que me deixou um pouco decepcionado foi o baixo volume do áudio da sua saída analógica...




Fiz um clip bem tosco com a câmera e áudio do iPad 2, mas enviei o som pela saída USB do iRig Acoustic Stage para o iPad através do Camera Kit. Depois apenas adicionei um pouco de reverber VST. Foi tão corrido que nem fiz o procedimento de aferição do aparelho... Mas dá pra se ter uma ideia!