Electro Harmonix Big Muff π
Não posso dizer que o EHX Big Muff π tenha sido meu primeiro fuzz, pois tive um "multi-efeitos" da SOUND antes dele, o qual continha um Uá-Uá, uma Distorção (um fuzz só dentes e pêlos!!!), um efeito de trêmolo profundo intitulado REP. (Repetidor, imagino) e uma desesperada sirene!!! Um pedal com 4 efeitos analógicos acionáveis independentemente. Nada mal, né? Afinal estamos falando de final dos anos 70, começo dos 80. As chaves por sua vez tinham vontade própria, dificultando ainda mais eu me entender com a caixinha em tempo real... Creio que só tenha conseguido algum resultado musicalmente aceitável com o tal efeito REP.! Mais tarde até conheci um circuito parecido de um pedal da VOX chamado REPEAT PERCUSSION (um exemplo em https://www.youtube.com/watch?v=ycosWTNvw54) Como eu nunca consegui tirar um timbre usável dessa unidade (naquela época, estava começando, oras!) acabei me desfazendo do pedal.
Obs: Tecnicamente o primeiro fuzz que tive foi um DIY que comprei em forma de kit da IBRAPE e com o projeto do grande Cláudio Cesar Dias Baptista, publicado na revista Nova Eletrônica. Era um Octave Up Fuzz chamado Dobrador de Freqüência. Porém eu nem consegui fazer uso de tal circuito com a pouquíssima técnica que tinha...rs.
Em seu lugar comprei um Ibanez TS-808, um pedal barato naquele tempo, e muito mais dócil. Logo a ele se juntou um Flanger da Giannini e assim os dois permaneceram sendo minha pedaleira por algum tempo. O amplificador era um BAGuinho (BAG 01?) Giannini, transistorizado que ia quebrando galhos imensos. Recentemente, por conta de uma pergunta a mim feita pelo amigo e colega de blog e de música Sidnei Eduardo Vaz sobre minha passagem pela banda de rock carioca Água Brava e acabei lembrando-me de uma passagem muito interessante que tivemos no Teatro do Instituto Benett, no Rio, onde fui assistido pelo grande amigo e atual colega de banda no projeto INNPRATA, Rogério Favilla (Lakranya). Possivelmente ele mesmo comentará algo sobre depois de ler isso aqui!
Foi um show muito interessante, marcante mesmo! Eu fiquei no posto de guitarrista da banda até o Daniel Cheese (que foi quem coincidentemente alugou o Fender Rhodes que usamos nesse mesmo show) entrar e finalmente surgir a formação definitiva da banda e com a qual ficaram conhecidos. Estávamos como quarteto nesse dia com o saudoso e querido Jacaré na bateria e vocais, Ivo Santos na voz e no baixo, além da participação de Ramon Balbuena no órgão e no piano elétrico (com o qual perdi totalmente o contato, infelizmente...). Um dos inúmeros fatos interessantes nesse show que acho bom destacar aqui é que uma dupla de irmãos e bons amigos (Ricardo Lima e Renato Lima) nos emprestou seus pedais Analog Delay e Flanger da Giannini para que o Flanger pudesse ser usado no órgão (e o meu permanecer na guitarra! ;)) pra obter texturas mais interessantes e o Delay para eu poder usar na guitarra. E como me diverti, principalmente usando a possibilidade de auto-oscilar do bicho. As repetições eram muito cruas e distorcidas, mas a limitação virava uma característica! Mas aquilo já detonou a G.A.S. de comprar um delay!!! Bons tempos!
Até que finalmente eu pude experimentar pela primeira vez um EHX Big Muff π! Um amigo estava com vários pedais da EHX para vender, porém só queria vender o conjunto todo. Por algum tempo os emprestou pra mim e pude tocar um bocado com esses pedais, inclusive uma ou duas vezes ao vivo. Eram um Big Muff π RAMs Head, um Deluxe Electric Mistress e um Deluxe Memory Man. Nossa! Era o céu na terra! A distorção era gorda, quente e cheia de harmônicos. Era só mexer no controle de VOLUME da guitarra pra diminuir um pouco a "pressão"! Com o eco do DMM as abelhas eram muito bem amansadas e assim o BAGuinho Giannini transistorizado não chegava a estragar a paisagem do sonho sonoro. O DEM era um Flanger não tão comportado como o da Giannini (na verdade uma cópia do MXR original), era fácil fazer sons de aviões decolando ou aterrizando, e sem distorção os acordes mais dissonantes soavam mágicos! Foi então que decidi ir à caça do meu primeiro Big Muff π.
Certamente a razão de me lembrar tão bem de quando adquiri meu primeiro Delay! Essa é uma história dividida com meu amigo Rogério Favilla, guitarrista do Lakranya, e como eu, doido pra arrumar uma unidade de Delay. Um dia no bairro da Tijuca, no Rio, estávamos procurando um lugar pra fazer um lanche, algo assim, quando, não sei a razão, nos deparamos com uma lojinha de "Presentes" com aquele monte de quinquilharias importadas (presumidamente no Shopping 45). Coisas que normalmente os lojistas compravam em lotes inteiros leiloados pela Receita, resultados de coisas apreendidas na alfândega. E lá na vitrine estavam dois BOSS
E eu realmente creio que o Rogério ainda tem o dele! Já o meu, confesso que o vendi há muito tempo e vários outros passaram por minha mão, sem conta! Porém esse set que consistia do Big Muff π da cara de ovelha, o Flanger BF-2 e o Delay Digital
Cheguei a ter outras versões do Big Muff π, inclusive a com CI de Amplificador Operacional, que também gosto, porém tem um som mais sintético. Hoje em dia, além desse primeiro e adorado RAMs Head, tenho uma versão que montei baseada em um dos projetos do Peter Cornish (que é mais dinâmica e articulada, porém não menos cabeluda!) e há pouco tempo comprei um mal falado MOOER Triangle Buff, que é um pouco diferente, muito pequenino, mas não menos usável. Principalmente com aquele truque de se colocar um drive leve antes dele, o Muff também com o ganho bem moderado. Com o auxílio luxuoso de uma bom delay e ligado num bom amp valvulado, o resultado é aquele timbre bem sustentado, carnudo e, claro, "gilmourísticamente" prazeroso!
* Fui investigar e descobri o seguinte: o evento da foto chamava-se Unijovem. Num recorte de jornal vi que a foto era de 17/09/1985. Procurei saber do Shopping 45, na Praça Saens Peña e ele já existia desde os anos 70. No site BOSSAREA encontrei várias informações interessantes, inclusive dizendo que o DD-3 passou a existir só depois de Agosto de 1986, pois na verdade era uma versão idêntica ao DD-2 só que mais barata, pois o s novos chips DRAM tinham preços bem mais baixos. Já o DD-2 foi lançado bem antes em Dezembro de 1983. Meu palpite é que compramos esses DD-2 do meio pro final de 1984!
Adorei as 'rememórias', Alex, lembro-me muitissimo bem daquele show do bennet, aquele groove a la Rush com as exoticas guitarradas tuas, sons inauditos saindo de tuas maos. Quanto ao DD2, ainda o tenho sim, funcionandissimo e na caixa, parece que comprei ontem, hehehe. Mas meu primeiro delay foi um analog delay da Ibanez, um rosadinho (acho que AD9), que ja passei nos cobres. Quanto aquela lojinha chinoca de importados, ela ficava na galeria do Tijuca Palace, bem em frente ao cinema mesmo, lembrou? Abraços!
ResponderExcluirQue maravilha, vou querer fotos do bichinho! imagino que o seu Ibanez hoje estaria custando uma nota! Rapaz, eu tinha certeza que a loja era no 45, mas felizmente você me socorreu e já até lembrei da loja verdadeira! valeu, seja bem vindo! Abração!
ExcluirAlias aquele flanger foi usado pelo Wagner Andre num Casio MT40, e deu uma tremenda onda nas cordinhas do pobrezito, hehehe
ResponderExcluirIsso mesmo! Rapaz, depois que descobrimos que o ARP Strings era basicamente uma "Sanfona com Chorus" a gente mandou ver nos Casiotones e Novatrons da vida, ninguém acreditava! até começarmos a ter os KORG Poly 800 e outros mais baratinhos da época!
ExcluirFrias, como o mundo da volta... Ri demais lendo sobre o fuzz da gianinni e do baguinho, parecem que os meus saíram do túnel do tempo!!!!!
ResponderExcluirDe certa forma saíram mesmo, né? Eu espero ainda completar essa coleção de pedais da Giannini antigos e usá-los nas gravações e até ao vivo! Grande abraço!
ExcluirAlex, ainda tem contato com os irmaos Ricardo e Renato lima?
ResponderExcluirHá algum tempo fui a um show da banda Trucco do Ricardo. Já o Renato não vejo há muitos anos...
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