quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Setups de Palco e/ou Gravação #4B

 Os Tiozin & Convidados em Petrópolis!


Aqui vai uma postagem sobre o primeiro show d'Os Tiozin & Convidados no Teatro Afonso Arinos em Petrópolis. Como integrante da banda preciso declarar que foi uma grande alegria e de certa forma um desafio fazer esse show. A empresa que fez o P.A. e o palco foi a ANIMASOM - Maurilio e Eder mandando super bem, aquele abraço de agradecimento! Essa foi uma das ajudas mais valiosas nessa nova aventura, pois eles chegaram juntos em cada dificuldade operacional da banda. Por mais que tivéssemos longa experiência individual pelos palcos da vida, para essa formação específica estávamos acostumados apenas com pequenos espaços, sempre em volumes relativamente baixos, quase como num grupo acústico. Para cada um a monitoração de palco e a briga com o som retornando do fundo do teatro representava uma sonoridade nova e menos focada numa primeira percepção. E olha que foi num teatro de 140 çugares, imagine um bem maior... É engraçado, éramos a mesma banda, porém não nos sentíamos assim, nós nos ouvíamos de forma diferente da que estávamos acostumados. Assim ajustes foram feitos de ambas as partes, do pessoal do áudio e da banda e creio que chegamos a um acordo final excelente. De quebra o pessoal do áudio gravou e nos cedeu as gravações do show em pistas separadas. Muitas palmas para a ANIMASOM!!! 

Nossos agradecimentos também à produtora ROCIO - Carol Pitzer e Victor Fugita - e à iluminação de Renier Bittencourt!


Eu usei basicamente o mesmo set do post anterior, já com a atualização, trocando o ZOOM Power Drive por um MOOER BluesCrab. Porém, como fiz uma mudança no uso do BOSS SY-1, pedal de guitarra-synth, nem levei o pedal de expressão EV-5 da Roland. O amp usado foi o meu pequenino VOX Pathfinder 15r microfonado com o padrão da indústris SHURE SM-57. Incrível como esse amp tem sido ok nessa gig d'Os Tiozin. Ele é leve, relativamente pequeno, tem a potência suficiente pra encarar esse híbrido eletrônico dessa banda e normalmente não apresenta problemas.

A guitarrinha é a mesma Steinberger Spirit HSH com captação do Eduardo Fullertone, de quem sou fã, um Nashville 63 no braço & Eruption 78 na ponte ( humbuckers ) e Lace Sensor Gold ( formato single ) no meio. Cordas Double Ball End da LaBella. Essa guitarra foi uma saída incrivel em termos de tamanho e peso, além de soar muito bem e ter um sustain decente. Ainda preciso cavar mais um pouco pra ter mais sonoridades diversas dela e espero com o tempo conseguir isso. Na verdade eu só recentemente venho me sentindo mais em casa com captadores humbuckers ao vivo, principalmente parar criar diversos timbres para músicas tão distintas como nessa gig. O timbre é o resultado do jeito de usar a guitarra somado aos elementos elétricos e eletrônicos. Também levei uma outra guitarra como spare, uma Epiphone SG que eu adoro, mas felizmente nem precisei usar.


Tacito usou o mesmo baixo, um Ibanez Japonês bem legal modelo SDGR de eletrônica ativa com a a captação substituída por EMG J-set. Já o amp foi cedido pela ANIMASOM - um FENDER Rumble 100. O som foi captado direto do baixo com DI Box. A presença do amp no palco fez toda a diferença, tanto para o próprio Tacito como para o resto da banda. Assim ficamos um pouquinho mais próximos da nossa zona de conforto sonora. Era possível ouvir o baixo pelas caixas de monitoração frontal, mas a profundidade de graves do baixo no amp, mesmo com volume moderado, nos deu uma vibe muito mais legal pra banda funcionar. Pra quem não sabe, Tacito é um guitarrista excelente, mas não é menos excelente no baixo, criando uma amálgama rítmica com o Makaiba que eu simplesmente adoro!


Makaiba com seu inseparável Roland SPD-S e suas baquetas teve seu som enviado pronto em linha por L & R por duas DI Boxes pro PA. Talvez esse seja um ponto que a todos fez grande diferença: a monitoração de palco foi feita apenas pelos retornos frontais, e dada a falta de proximidade dos integrantes da banda ( na verdade estávamos acostumados a tocar apertados um em cima do outro...rs ) criou um novo cenário sonoro para nós! Com o tempo fomos nos acostumando e ajustando tudo para chegarmos ao tal comum acordo! Diferentemente do baixo, que teve seu próprio amp no palco, sentimos a falta de um certo punch de graves ao qual estávamos acostumados... Temos que pensar nisso, alguma alternativa como um side filll, ou simplesmente aprendermos a lidar com essa realidade.



Aldo e seu inseparável companheiro espanhol de seis cordas de nylon - um Amalio Burguet com captação de altíssimo nível da LR Baggs. Dessa vez também manteve o violão direto na linha através de uma DI Box. Sem os efeitos como as vezes temos colocado em gravações e experimentando em ensaios.  No caso do violão e da voz ( captada pelo outro padrão da indústria - um SHURE SM58 ) os monitores frontais foram muito suficientes. Acho que foi a passagem mais rápida de todas, Ele é o coração da gig, seu violão, além das harmonias espertas, a rítmica é campeã. Além disso ele é o "artista" da parada, criando uma ligação muito boa com o público. O mesmo microfone usado por ele foi usado por nossos ótimos convidados: o poeta Sylvio Costa Filho ( que recitou de maneira divertida um poema ) e do cantor/compositor Luiz de Oliveira ( que cantou o samba Preconceito conosco ).




Nosso outro convidado usou um setup à parte: o violinista André Henriquez. 

O violino que usou é um ZETA EV214, violino elétrico de corpo sólido já fora de linha há bastante tempo, segundo ele.

Os pedais usados foram um ROWIN DAP-3 para Modulações, Reverber e Delay e um Caline PreAmp e DI Box para Violão de Aço com saída XLR. Pedais chineses que tem ótima sonoridade, se bem ajustados, claro!

Ele extrai excelentes sonoridades na minha modesta opinião! Que não é isenta, pois sou amigo e fã do cara!
Seguem algumas fotos dos pedais e do seu setup.










sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Setups de Palco e/ou Gravação #4

 Guigando e Gravando com "Os Tiozin"




Criando um set pra nos apresentarmos ao vivo e que funcione bem para gravações já observando a possibilidade de gravar em linha com simulação de amp aliada aos Impulse Response de gabinetes com falantes microfonados. "Os Tiozin" é um quarteto eletro-acústico formado por Aldo Medeiros na voz e  no violão, Tacito Savoya no baixo, Mario Makaiba nos pads eletrônicos e Alex Frias ( eu ) na guitarra. Ao vivo eu normalmente dispenso a simulação de amplificador e uso um amp real de pouca potência, normalmente um Vox Pathfinder 15R. Por outro lado, ao gravarmos uma primeira vez, na ideia de manter o que julgamos interessante, que é a interação musical como grupo, mantivemos a ideia de gravarmos juntos num mesmo espaço físico. Nessa primeira tentativa optamos por gravarmos todos juntos num mesmo ambiente e tudo direto em linha, apenas a voz e o violão ( nesse caso do violão de forma híbrida - já que teve sua captação interna também gravada em linha numa outra pista ) foram microfonados ( ElectroVoice RE20 na voz e um Senheizer condensador no violão ). Para mandar a guitarra direto em linha entrou em ação o meu MOOER GE200 que tem alguns simuladores de amplificador bem razoáveis e a possibilidade de usar Impulse Response ( internos ou carregados de terceiros ) e assim tornar essa tarefa mais bem sucedida. A nossa monitoração seria feita através de fones, o que traria uma experiência diferente a que nos acostumamos em ensaio e ao vivo. De qualquer maneira traria uma audição em princípio mais acurada e provavelmente até mais fácil de ajustar. Para nossa felicidade fomos gravar no La Maison do meu bom amigo, excelente músico e técnico Didier Fernan. Gravar com ele foi perfeito, nos ajudando de toda forma com gentileza e boa vontade. Completando nossa sessão, no propósito de criar um material áudio/visual para apresentação informal da banda nas redes sociais, convidamos a multiartista Carollina Godinho, que é responsável por toda captação de imagens e movimentos nesse projeto. Vamos então aos setups básicos usados...

Alex Frias - Guitarra


Pedalboard usado na preparação, no ensaio aberto, na gravação "Live" e na estréia no 99SESSIONS.


Apesar de estar sempre tentando dar uma "secada" máxima no setup de palco, mas sem sacrificar um misto de liberdade criativa e expressão dinâmica e timbrística, ainda levo bastante coisa pras gigs e gravinas d'Os Tiozin! Como todo guitarrista que curte pedais de efeitos eu não escapo à maldição da pedalboard eternamente mutante...rs. Tanto que, no que escrevo essa matéria, já houve pequenas mudanças nela! Não tem jeito. No final vejo se posto a foto de como ela deverá aparecer no próximo show, que será em Petrópolis, 18 de Outubro. Nessa da foto o sinal da guitarra entra no Phaser que montei com todos os mojos conhecidos de um Phase 90 original, pré-Dunlop. Daí pro Digitech Ricochet, um ZOOM PD-01 Power Drive, um ToneCity FUXX FUZZ, um X-Vive Golden Brownie, um SubDecay Quantum QUASAR phaser, um MOOER Tender Octaver MKII, um BOSS SY-1 Synthesizer, um Erthquaker Devices ASTRAL DESTINY e finalmente pelo ZOOM MS-100BT MultiFX. Tudo alimentado por duas fontes: uma VoodooLab Pedal Power ISO 5 e uma CABRERA Power Bridge. Na gravação a saída da pedalboard foi direto para um MOOER GE200 pra gravar direto com simulação de amp e IR de cabinet. No show a saída da pedalboard passa por um BOSS FV50H e vai pro VOX Pathfinder 15r.

A guitarra é a Steinberger SPIRIT HSH preta feita na Ásia e com captação trocada por  Fullertone  Nashville 63 & Eruption 78 ( humbuckers de ponte e braço respectivamente ) e Lace Sensor Gold ( single-style noiseless no meio ). Excelente instrumento com ótimo custo-benefício! O tamanho e o peso muito reduzidos são certamente fatores preponderantes na escolha dele para esse  trabalho. Confesso que ainda estou sem usar o sistema de alavanca dessa guitarra até poder dar uma parada pra ver onde está o problema... 

Atualização do Pedalboard ( 13/10/2024 ):

Sai o ZOOM Power Drive PD-01 e entra o MOOER Blues Crab ( Blues Breaker Alike ).

O SubDecay Quantum Quasar passa para depois do MOOER Tender Octaver MKII.

Adição do pedal de expressão Roland EV-5 ao BOSS SY-1 Synth Pedal.




Mario Makaiba - Percussão Eletrônica 


Esse é o cara que nos acolhe de forma auspiciosa em seu pequeno estúdio! O percussionista que fundamenta todo esse trabalho! Makaiba usa com Os Tiozin um Roland SPD-S Samplind Pad de forma surpreendente! Timbres excelentes e super dinâmicos. E, além das escolhas timbrísticas bem feitas, as estruturas de ritmos que Makaiba utiliza se amalgamam de maneira impressionante com o baixo e o violão. Certamente o pouco espaço ocupado pelo equipamento, que cumpre a função percussiva de forma eficiente e eficaz, é um ganho para as possibilidades de apresentção em espaços menores. Além de se ter controle total de volume e o som ir pronto pro PA com um ou dois canais em linha. No entanto não é um substituto para uma bateria acústica, é um instrumento eletrônico de percussão que utiliza samples acústicos e eletrônicos variados, assim é como funciona na concepção de Makaiba e dentro d'Os Tiozin! Eu particularmente acho perfeita essa concepção e vibro com o resultado. O SPD-S oferece nove pads e uma infinidade de funções e kits. Para a banda tem sido uma mão na roda!

Aldo Medeiros - Voz e Violão


Aldo de certa forma é o centro do quarteto, é o compositor da maioria dos temas autorais e versionista das músicas de outros artistas que tocamos. Também é a pessoa que deu direção na montagem desse quarteto. Cantor e violonista de mão cheia, o seu violão ( classico nylon espanhol já com captação e pré-amplificação internas ) e sua voz dão o coração da construção ritmica e harmônica da banda. A maneira de tocar o violão se torna uma característica clara dos diferentes ritmos tocados pelo grupo e me deixando livre para iserir outras ideias sonoras e musicais na guitarra. A voz normalmente usamos o famoso Shure SM-58 ou um AKG também dinâmico do próprio Aldo com ótimos resultados. Um pouco de reverb de qualidade ou um cadinho de delay dão uma ambientada em espaços menores ou mais secos. Um compressorzinho viria a calhar também, viu? Quem sabe num futuro próximo ao vivo?  No estúdio, nessa primeira gravação tivemos todos os mimos de um ótimo técnico de gravação e excelente equipo, se bem que o dinâmico e gordo RE20 foi uma decisão mais que acertada pra voz.

O violão usado por ele é um Amalio Burguet, instrumento de luthier conhecido da Espanha. Foi construído em 1994 e adquirido em 1995, já com a parte de captação e pré-amplificação da LR Baggs instaladas, excelentes diga-se de passagem! O pré-amp tem um controle de faixa de frequencias selecionável para a banda de médios, do tipo sweapable. Temos experimentado efeitos de modulação e ambiência no violão, também fizemos essa estréia no 99SESSIONS sem nada praticamente. Funcionou bem das duas maneiras...rs. Já testamos usando um pequeno amp combo para voz e instrumentos acústicos e diretamente num PA e foi excelente em ambas as situações com pouco ou nada de feedbacks desagradáveis em níveis normais. Nessa primeira gravação o violão foi gravado em linha e alguns efeitos de modulação e ambiência foram inseridos posteriormente na mixagem.

Tacito Savoya - Baixo


Falar do Tacito é simples, pois ele além de ser um ótimo guitarrista ele também é incrível no baixo! Quando está  junto ao Makaiba na Percussão Eletrônica algo mágico acontece! Eu fiquei impressionado quando conheci essa dupla! Daquelas coisas inexplicáveis que acontecem na música, química, encaixe, combinação... Junta o violão do Aldo e fica mortal o negócio. Daí que é uma delicia tocar com esses caras! O baixo tem sido tanto gravado como tocado ao vivo direto, sem efeitos. Porém o técnico ( e maravilhoso baixista também ) Didier Fernan me deu um toque de como o timbre do baixo poderia se beneficiar do uso de um chorus ou flanger em alguns temas que gravamos. Isso foi feito também posteriormente na mixagem. Ao vivo temos sempre ensaiado e nos apresentado com o baixo direto no amp., sem efeitos. Quem sabe mais pra frente tentemos usar efeitos ao vivo também... O baixo que Tacito tem usado é um Ibanez Japonês bem legal modelo SDGR Ativo. A captação, porém, foi substituída por EMG J-set! Ele tem um voicing bem bonito nos médios e um grave profundo, apesar de não brigar com os graves do Roland SPD-S de Makaiba. Certamente essa combinação equilibrada de sons só contribui pra criar um bloco rítmico potente!


Nosso Stage Plot Básico












segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Fuzzelagem Episódio 10

 O que mais além de um Boss Tone Fuzz?


O Fuzz Jordan Bosstone de 1967/68 foi uma grande sacada de como criar distorção para guitarra e outros instrumentos elétricos usando apenas dois transistores e alguns outros poucos componentes eletrônicos, porém com uma arquitetura diferente de um Fuzz Face ou Tone bender. Um detalhe peculiar é a sua apresentação física: não é um pedal, mas sim uma caixinha de plástico que mal tem espaço para abrigar a bateria de 9 volts. E que é projetada para ser espetada direto no jack de saída da guitarra, baixo, lapsteel, pedalsteel, piano elétrico, órgão, etc! Um "plugin" físico!!! Um circuito simples e versátil com uma extensa gama de harmônicos bem posicionados pra dar aquela distorção agradável em vários níveis.


Para tal a parte de trás da caixinha plástica esconde uma base metálica com um plugue saindo dela ( anexado, atarrachado, soldado? ), como na foto ao lado. Também traz num anexo lateral dessa base de metal ( na foto aparece, bem pouco, no lado superior esquerdo ) um jack de saída do efeito para conectar um cabo até o amplificador ( ou algum outro aparelho de efeitos... ). 

Pela frente podemos ver uma chave de bypass e na parte superior dois controles,  lembrando alguns radinhos a pilha antigos, são ajustados lateralmente, são eles: VOLUME ( nível de saída do sinal ) e ATTACK ( que controla a entrada de sinal e consequentemente a quantidade de distorção ). A distorção gerada pode ir de um leve drive até um fuzz bem potente. Um truque comum é deixar o controle de ATTACK numa posição onde se use como a distorção máxima desejada e ir controlando no volume da própria guitarra. O Josh da JHS produziu uma reedição desse aparelho, incluindo toda a parte externa e controles, em quantidade limitada há algum tempo atrás! Devo mandar um link com o video dele sobre isso e a história do próprio Jordan Bosstone.

A Voodoo Lab comercializou um primeiro pedal com essa arquitetura básica do Jordan Bosstone e que parece ter se tornado difícil de achar hoje em dia. Algum tempo depois lançaram uma versão turbinada, por assim dizer, do projeto, adicionando um booster de graves com ganho controlável e um filtro de médios bem interessante e útil! Foi batizado de SUPERFUZZ, o que certamente trouxe diversas confusões com o original UNIVOX SUPERFUZZ, que nada tem a ver com esse aqui! Assim feito o pedal passou a ter ainda mais possibilidades sonoras... Os controles adicionais são: RESONANCE ( controla o ganho do booster de graves e TONE ( controla a atuação do filtro de médios ). Permaneceram os controles de VOLUME e ATTACK. Esse é realmente um pedal com sonoridade incrível e uma gama de harmônicos riquíssima, e diferenciada pela forma como eles se posicionam no espectro sonoro geral. Eu peguei o bicho para fazer um video demo e já me reapaixonei pelo troço!

Foi então que tentei reproduzir o circuito original com algum sucesso, porém fazendo algumas pequenas mudanças consegui descobrir alguns "efeitos colaterais" de desejáveis. Uma das coisas foi aumentar o ganho máximo do primeiro transistor, segundo foi mudar os valores dos capacitores de acoplamento e por final, a cereja do bolo, implementei um controle de S.A.G. que não passa de um potenciômetro que limita a tensão disponível para o circuito, uma espécie de simulador de bateria fraca... Sem ativar o SAG o circuito fornece um timbre muito denso e fuzzy. Podendo chegar a timbres bem mais suaves abaixando-se o controle de GAIN no pedal ( que seria o ATTACK ) ou baixando o próprio knob de volume da guitarra! Apelidei o cara de Boss T-Bone!

Por outro lado, quando o SAG está no máximo, o que na verdade seria um máximo de "esfomeação" do circuito, sonoridades inesperadas aparecem e, dependendo da região do braço da guitarra, das combinações de captadores, tipos de captadores, controle de volume da guitarra e dinâmica, essas possíveis sonoridades vão de um tremendo efeito de sub-oitava até um timbre de trumpet sintético! Isso pelo que pesquisei e pela minha maneira de tocar, imagino que outros timbres podem surgir, ou no uso de outros instrumentos elétricos... Uma curiosidade: eu implementei um circuito "meia-boca" para que, ao se passar do modo "pleno" de alimentação para o modo "total SAG", o LED de Status mude de cor!




Video do Josh da JHS sobre o Jordan Bosstone e suas reedições...


Video com um Jordan Bosstone original dos anos 60!!!



 

terça-feira, 23 de julho de 2024

DANELECTRO COOL CATS

PEDAIS SORTIDOS


Essa série da Danelectro lançada no começo dos anos 2.000, Cool Cat, é uma das minhas linhas preferidas da marca! Já começa pela carcaça de metal e chave de true bypass. Os jaques na parte traseira facilitam o uso em pedalboards, porém é ideal que se use um plugue sem angulação na alimentação! Já os knobs de controles estarem também nesse painel traseiro, apesar disso oferecer alguma proteção contra "pisadas", dificulta muito o ajuste e impossibilita a visualização dos mesmos ajustes, presos numa pedalboard então a visualização só complica e muito. A princípio esses da foto acima são os pedais que possuo dessa série, porém ao longo da linha do tempo, caso eu venha a pegar outros da mesma série ou mesmo os consiga emprestados, vou fazendo novos testes e atualizando essa postagem aqui!

Eu consegui há um bom tempo atrás as duas versões do Transparent Overdrive por preços muito bons, mesmo que não ao mesmo tempo... Os controles são os mesmos nas duas versões: VOLUME, TREBLE/BASS ( ambos juntos num potencômetro concêntrico duplo ) e GAIN. Nos testes feitos atualmente minha opinião é a seguinte: - Como gerador de distorção, sustain, etc. por si mesmo, sem depender de distorcer o próximo preamp, assim colocado na frente de um amp bem limpo, a versão 1 ganha de lavada na minha opinião. A versão 2 me parece sempre mais Hi-Fi; - Já como boost sujo, na frente de um amp já querendo distorcer, ou "semi-crunchado", os dois ficam bem interessantes, dependendo mais da proposta sonora procurada. A versão 2 ainda tem um grupo de seis chaves dentro do compartimento de bateria que permite ter acesso a três ajustes de tipo de clipagem e mais boost de ganho. A discussão sobre em que tipo de pedal eles se assemelhariam vai na direção do Timmy...

O Cool Cat Drive V.1 já cai numa região mais conhecida e me dá uma impressão de ter algum parentesco com o famoso OCD da Fulltone. Apenas três knobs: VOLUME, TONE e DRIVE. Realmente tem um som diferente e mais cheio, menos transparente possivelmente. Com humbuckers eu prefiro usar ajustes com o DRIVE sempre antes da metade do curso. O teste foi feito com um pickup Gibson Burstbucker III na posição do braço numa Epiphone Firebird Korina. Ele deixa aparecer bem os nuances de cada articulação do instrumento e privilegia o sustain de forma bem orgânica e dinâmica, comprimindo na medida!


Inevitavelmente cheguei, apesar de ter sido só muito recentemente, no Cool Cat Distortion. A unidade que consegui por um precinho camarada tem a parte estética bem prejudicada, mas o que importa, o circuito, a chave, os pots e os jaques estão funcionando OK! De cara reencontro o potenciômetro concêntrico duplo na equalização de duas bandas: TREBLE & BASS. De resto os controles de LEVEL e GAIN. Bem mais apimentado e com aquela onda bem Marshall exageradamente saturado, o Distortion dessa série cria uma distorção equilibrada e dinâmica. Sustain é do tipo o céu é o limite se rolar uma amplificador mais alto. Usei no teste a mesma Epi Firebird do teste do Drive, dessa vez usando primeiro o captador Gibson Burstbucker do braço e depois o da ponte, um Malagoli/Molina Custom, em dois ajustes diferentes. A simulação de amplificador é pro lado Marshall da força, o mais limpo possível... 


O Cool Cat Fuzz V.1 é claramente baseado no projeto do Peach Fuzz da Frantone, com diferenças muito pequenas. É um fuzz com um som extremamente denso, limpa com certa facilidade ao se baixar o volume na guitarra e não desaparece fácil na mix. Ele foi a minha escolha durante bom tempo como o fuzz que usei na pedalboard tocando com o Duo Deodorina. Os controles são mais básico: VOLUME, TONE e FUZZ. O knob de FUZZ ajusta a intensidade de distorção do fuzz. No teste usamos uma guitarra Squier 51 pesadamente modificada e foi usado o captador da ponte, um Gold Foil Single da GFS. Primeiro com o controle de volume da guitarra em 3/4 do curso e depois no máximo. Pode ser notado um ruído que segue um tempinho depois de cada ataque de nota, o que me leva a crer obviamente que após tanto tempo sem uso algum componente desistiu de sua integridade...rs. Mesmo assim prejudicado, o timbre geral do pedal é reconhecidamente o mesmo de quando novo.

Esse Cool Cat Vibe é um pedal bem impressionante pelo que entrega! Fica nos três knobs de controle apenas: MIX, SPEED e INTENSITY. Ele vem de fábrica com dois pequenos problemas... Um boost de volume notável, você deseje ou não, e a demora pro LFO começar a funcionar, pois essa foi a forma encontrada para o ruído do LFO não vazar quando o pedal estiver em bypass (SIC!)... Ambos solucionáveis com duas mods simples e fáceis de encontrar na web. Os timbres possíveis são marcantes e bem distintos com a pessoa apenas mexendo nesses três controles. Inclusive os controles são meio que interativos, o que leva ao usuário pirar nas possibilidades sonoras. O circuito é baseado, como no original, um phaser especial com quatro estágios, estes controlados por resistores foto-sensíveis com uma pequenina lâmpada que muda sua luminosidade de acordo com um oscilador de frequência baixa (LFO). O interessante é ver uma lampadazinha em vez de um LED. O som não é igual ao de um clone de Univibe , mas é bem bom!!!







domingo, 7 de julho de 2024

Fuzzelagem Episódio 9

 Fuzzes Octave Up & Down ( Analógicos )



Já passamos pelos fuzzes OctaveUp, que simulam uma oitava acima adicionada à fundamental. Na verdade um artifício eletrônico que tem como base um circuito chamado "Dobrador de frequências" que permite criar esse efeito de maneira monofônica e como efeito colateral criar um monte de harmônicos acima e abaixo quando são tocadas duas ou mais notas, algo que lembra muito o efeito de Ring Modulation... Pois então, existem também distintas maneiras analógicas de se dividir a frequência de um sinal de áudio monofônico a uma oitava abaixo ( metade da frequência original ) ou mesmo duas oitavas abaixo ( um quarto da frequência original )... Um representante famoso desse tipo de fuzz é o MXR Blue Box de 1975 ( lembrando que a MXR era originalmente uma empresa criativa e distinta, sem ligações com a atual Jim Dunlop ). Tendo apenas dois controles, OUTPUT ( volume de saída ) e BLEND ( que vai adicionando a oitava abaixo sintética ao sinal distorcido normal ) ele é basicamente uma distorção comum na qual você não tem controle de intensidade de distorção e em paralelo a adição de uma oitava abaixo sintética. A capacidade desse pedal de fazer com que o sinal uma oitava abaixo siga de forma constante e estável o sinal de entrada não é lá muito bom, o que normalmente se chama de tracking. Há quem ache esses "glitches" o charme do pedal. 

Na verdade o melhor resultado que tenho conseguido de circuitos analógicos dos dois tipos, OctaveUp & OctaveDown, além de se tocar o mais limpo possível, é usar o captador do braço e por vezes até fechar um bocado o controle de TONE da guitarra. Há marcas de pedais que desenvolveram formas de melhorar essa relação de estabilidade, porém o efeito é conseguido sempre de forma monofônica no caso dessa arquitetura analógica. A Electro-Harmonix tem vários modelos de pedais dirigidos a essa característica, vários octavers culminando com o famoso MICRO SYNTHESIZER! Esse modelo apresenta um módulo chamado VOICE MIX que dispõe paralelamente de quatro fontes sonoras e com controle de volume para cada uma delas, são elas: o som original da guitarra ( GUITAR ), um fuzz bem onda quadrada na oitava original ( SQUARE WAVE ), uma oitava abaixo ( SUBOCTAVE ) e uma oitava acima ( OCTAVE ). E além de todas essas possibilidades tem um gerador de envoltória de volume simples, ATTACK DELAY, afetando apenas o ataque da nota e criando rampas de volume no comecinho do sinal, à partir da palhetada, caso interesse. Depois vem um filtro LPF ( Low Pass Filter ) ressonante, bem clássico em sintetizadores analógicos, bastante simplificado em termos de controles nesse pedal, porém bem cheio de possibilidades, inclusive é também dinâmico e controlado por um gerador de envoltória ( envelope ) de acordo com a dinâmica do guitarrista. O controle de TRIGGER que ajusta o limiar de nível de sinal de entrada a partir do qual o filtro é afetado, praticamente um "sensitivity" pra tentar melhorar a reação do filtro ao playing do guitarrista. Os resultados são bem impressionantes! Aqui vamos ver alguns modelos que tenho acesso para termos uma ideia das diferentes possibilidades. 

O MINI SYNTHY da empresa M3 ( EMTHREE ) era fabricado na Itália no final dos anos 70. Pelas unidades que vi pela web creio ser esta uma das mais antigas. Não se pode chamar de pedal porque a unidade tinha em sua parte de trás duas aletas de metal para prendê-la no cinto ou na correia. Também de uma época em que não havia total padronização de posição dos jaques, então é preciso ter atenção na hora de plugar instrumento e amplificador. Também só pode ser alimentado por bateria de 9 volts. Ele apresenta duas chaves e três potenciômetros no seu painel. Uma chave era simplesmente o bybass, a outra para ajustar o nível de saída entre alta e muito alta! O potenciômetro da esquerda de número 1 corresponde ao som na oitava original distorcido numa onda fuzz, bem onda quadrada. Só este fuzz já valeria a unidade ( NMHO )! O do meio, de número 2, já traz uma oitava abaixo bem sintética, tipo onda quadrada de console de 8 bits. O da direita de número 3 duas oitavas abaixo também sintético e com um ronco impressionante. O C.I. usado para divisão de oitavas é um SAJ110, mosca branca hoje em dia e usado em sintetizadores antigos, uma curiosidade, pois não sei se posso atribuir a isso essa sonoridade densa.. Porém esse aparelho não apresenta fuzz oitava acima!

Já o ROCKTRON Purple Haze oferece essa combinação de fuzzes OctaveUp e OctaveDown. Saído da série Classics no começo dos anos 2000, o Purple Haze é um fuzz que tem esse somatório de fuzzes de oitava abaixo e oitava acima em paralelo no mesmo pedal. Trabalha com baterias ou fonte padrão BOSS de 9 volts. O painel onde ficam os knobs de controle ficam numa parte com rebaixo e parecem protegidos das pisadas mais pesadas. Os controles dispostos no painel são: OUTPUT ( volume de saída do efeito ); MIX ( parece controlar a mistura entre os sinais de oitava acima e oitava abaixo ); MOD ( controla as características do timbre da oitava abaixo ); TONE ( tonalidade da oitava acima ); GAIN ( a estrutura de ganho/distorção do sinal oitava acima ). 


Na minha opinião a parte de oitava acima é bem na onda dos Octavias, bem OK. Já o tracking da oitava abaixo não é muito bom e fica bem errático em boa parte da escala. De qualquer forma a junção desses dois sinais em paralelo criam uma timbragem com peso e mordida bem complementares e musicais. 


Mais pra frente na linha do tempo aparece esse Bit Commander da EarthQuaker Devices. Parece mesmo que o pedal é produzido à partir das ideias propostas por esses anteriores! Ele tem um fuzz normal para fornecer um sinal distorcido e sustentado do sinal da guitarra na mesma oitava, mais um sinal uma oitava abaixo, outro duas oitavas abaixo e finalmente um com uma oitava acima. Os controles não tem muitas surpresas:  LEVEL ( volume de saída do efeito ); FILTER ( um controle de tonalidade que atua no sinal resultante da mistura de todos os sinais que se seguem...); BASE ( nivel do sinal de fuzz oitava normal ); SUB ( nível sinal duas oitavas abaixo ); DOWN ( nível sinal uma oitava abaixo ); UP ( nível sinal uma oitava acima ). Como normalmente o povo da EQD faz o trabalho de casa, o resultado é um pedal com todas essas possibilidades, porém com detalhes muito bam resolvidos. Começando pelo tracking das oitavas abaixo, facilitando o uso do pickup da ponte. Não há controles de ganho/drivedistortion/fuzz pra mexer com a intensidade de distorção do sinal principalmente pra controlar os timbres do fuzz normal e da oitava acima. Mas nada que não se dê jeito mexendo nos controles de volume da própria guitarra. Adicionando efeitos após o pedal ainda se consegue texturas incíveis de sintetizados. Essa é a versão 2.0 do pedal!




Segue video muito bom com resenha do EHX MICRO SYNTHESIZER:





segunda-feira, 24 de junho de 2024

Fuzzelagem Episódio 8

 Blend Fuzzes - OctaveUp ou Não


O Fuzz é um efeito que provoca diferentes reações em diferentes guitarristas, pois características vistas como positivas pelos amantes do efeito são as mesmas depreciadas pelo outro lado. Uma adição que pode ser um recurso e tanto a um Fuzz ( e mesmo outros tipos de efeitos que nem sempre apresentam essa possibilidade como drives, filters e etc. ) é poder adicionar ( misturar ) paralelamente ao som distorcido/processado o som original (limpo ou não...rs ) do instrumento! Isso é um recurso normal em pedais como Delay e Reverb, também possível de ser encontrados em pedais de Flanger, Chorus e Phaser mais sofisticados. No caso dos fuzzes esse recurso pode ser muito útil para se conseguir timbres diferenciados, facilitar a clareza de acordes e associar o uso de outros efeitos como overdrive e compressão antes do fuzz com resultados mais ricos e carnudos.

O Scrambler da EFX ao lado ( efeito originalmente criado pela Ampeg como o da foto acima ) é um fuzz com capacidade de OctaveUp. O controle de "TEXTURE" ajusta o tipo de comportamento e do timbre de fuzz, de um fuzz comum até um fuzz com uma oitava acima bem audível ( sempre com aquelas características comuns aos outros OctaveUp Fuzzes: melhores resultados utilizando o captador do braço, tocando à partir do 12º e criando efeitos parecidos com um Ring Modulator quando se toca duas ou mais notas ao mesmo tempo! ). O Outro controle, "BALANCE" controla a mistura entre o som original e o processado. As possibilidades são muito interessantes. Minha pequena crítica em relação ao projeto inicial é de que a adição de dois controles poderia tornar bem mais útil a atuação do pedal: 1 - Um controle BOM de "TONE" ( coisa que se pode encontrar no modelo atual da EFX! ); 2 - Um controle de volume final com um estágio de ganho anterior a ele pra poder ajustar facilmente o volume em relação ao pedal em bypass!

O MightySound Fuzz M3 é um pedal pequenino no estilo "nano" com quatro controles! O controle DRIVE ajusta quão distorcido será o sinal processado. O controle de DRY BLEND ajusta a mistura de sinal processado com o sinal não processado ( DRY ). Um controle de VOLUME que ajusta o nível de sinal na saída do pedal. E finalmente o controle com knob branco maior que controlava algo como um misto de textura e tonalidade do Fuzz. Vai do que eles chamam de BASS BUZZ até um TREBLE BITE. Esse controle age de forma dramática na timbragem e textura geral do Fuzz, incluindo o seu comportamento! Esse pedal de excelente custo/benefício foi mais uma grande surpresa, pois eu o adquiri por ser relativamente barato e oferecer esse controle de mistura em um pedalzinho tão prático e pequeno.

Se já é extremamente vantajoso para a guitarra ter um controle de BLEND no fuzz, para o uso do fuzz com o baixo elétrico é praticamente uma necessidade! No sentido de preservar principalmente o conteúdo de graves e o punch natural do instrumento muitos designers de pedal pensaram em alternativas para adicionar efeitos tendo essa nessecidade em mente. Por isso alguns efeitos de modulação especialmente pensados para o baixo lidam mais com a faixa mais aguda do espetro do instrumento, os harmônicos, deixando os graves ( a fundamental e os sub-harmônicos ) sem alteração significativa. Ou simplesmente implementando um controle de BLEND para adicionar o efeito paralelamente ao som original!





sexta-feira, 14 de junho de 2024

Fuzelagem - Episódio 7

 Octávios e Octavias - OctaveUp Fuzzes Parte 3



Apesar das semelhanças, os "fuzzes de oitava acima" tem suas particularidades ditadas por sua arquitetura eletrônica de projeto. Assim fomos comparar alguns projetos DIY ( os feitos por mim tem a marca FTR, sem pretensão comercial ) e comerciais de Octavias. Eu pelo que lembro conheci o timbre diferenciado do Octavia com as gravações do Jimi Hendrix e obviamente fiquei fascinado. Claro que ter um Hendrix pra te apresentar uma nova sonoridade já é meio caminho pra que você seja seduzido pelo resultado. Na primeira parte dessa série de postagens sobre OctaveUp Fuzzes eu aponto outros projetos como meus primeiros contatos com esse tipo de fuzz. Tanto nos ajustes de menos distorção assim como os mais distorcidos já é possível distinguir quão diferente o Octavia soava em relação aos Univox Superfuzzes e FoxxToneMachines. É sempre difícil descrever em palavras diferenças sonoras, principalmente quando elas são subjetivas e tendem a afetar de maneira muito específica a percepção de cada um... Por outro lado existe a relação da maneira que se toca, se articula e epressa cada nota usando técnicas diferentes de "playing" e como isso é correspondido pelo efeito em questão.

FTR Tycobrahe Octavia
Durante um bom tempo eu acreditei que o segredo do timbre particular do Octavia era o uso de um transformadorzinho de áudio, era como fazer parte de alguma seita enlouquecida. Então com o tempo conseguimos através de um fórum decifrar o Octavio da Dunlop que parecia ter um tembre muito bom e usava o artifício de transformador de áudio no coração do efeito. Depois do esforço e paciência de importar alguns transformadores montei o pedal e realmente consegui um resultado que me agradou bastante. No entanto esse pedal tinha o terra positivo, o que o torna um pedal incapaz de compartilhar uma fonte de alimentação com outros pedais. Na verdade eu já tinha uma experiência com os clones e octave fuzzes baseados no FoxxToneMachine e no Univox Superfuzz que, mesmo com circuitos de terra negativo, compartilhar fonte com pedais, principalmente digitais, gerava um ruído de fundo problemático... Um controle que posteriormente adicionei foi um de "TONE".  Ainda não encontrei o capacitor ideal para um espectro de controle amplo da tonalidade, mesmo assim fez-se útil.

FTR Roger Mayer Octavia 
Logo segui em frente para montar um modelo de Octavia sem trafo pra poder fazer a tal comparação... Usei um circuito comum a vários fóruns tido como o projeto do Roger Mayer.  Um circuito muito interessante e fazendo uso de transistores Darlington de alto ganho! Componentes mais fáceis de se encontrar, fora o pot de ganho que deveria ser AntiLog (C). Outra coisa que é um ponto a favor é que o terra dessa versão é positivo e a alimentação pode ser compartilhada com pedais comuns ( lembrando da tal história de que pode haver indução de ruído nesses circuitos de fuzz oitava acima! ). O efeito é ótimo e com poucas diferenças no resultado sonoro geral. Eu gosto bastante desses projetos "Octavia" por terem o efeito de oitava acima adicionada mesmo com a guitarra com volume mais baixo. Nos projetos no estilo Univox Superfuzz a oitava parece esmoecer muito ao se baixar o knob de volume da guitarra.

Há algum tempo atrás, por ouvir falar muito bem do pedal da marca NIG/GNI Music chamado OctaFuzz. Compacto e com jeito de ser bem construído e resistente, o pedal realmente entrega muito bem o que se espera de um "Octavia"! Os controles atuam muito bem inclusive. Pra completar o custo desse pedal é extremamente razoável e pode ser bem mais baixo no mercado de usados, se bem pesquisado. 

Os vídeos foram feitos de formas diferentes visando resultados distintos e interessantes usando o mesmo tipo de efeito. Todos os videos no entanto foram gravados com o controle de volume da guitarra sempre no máximo.


No do Octavio D'Frias eu usei um drive/crunch do amplificador ( nesse caso simulado ) depois do pedal e mantive o fuzz não muito distorcido por si só, dando uma certa arredondada no timbre final.

No do Roger Mayer eu quis manter a distorção do pedal no mínimo possível e aí usei um compressor CYCLOPS da Ed'sModShop antes do pedal pra não perder muito do sustain da guitarra.

No OctaFuzz eu usei uma quantidade mediana de distorção fuzz pra ter sustain e punch, mas não ficar tudo achatado e sem dinâmica.