terça-feira, 21 de outubro de 2025

Mutações Possíveis - Vintage Modified Squier 51'

Daqueles UpGrades que valem a pena!




Essa Squier 51 preta possivelmente foi a guitarra negociada pela internet mais barata que já comprei, paguei algo como US$ 80,00 mais uns US$ 45 de frete no Ebay. Fui obviamente taxado em 60% o que resultou nuns US$ 200,00. Na época dólar estava valendo 1,67 vezes a brasileira. R$ 334,00, e olha que, mesmo naquele tempo, era muito barato! A foto acima é meramente ilustrativa, pois assim seria a apresentação desse modelo quando novo. A que arrematei no Ebay estava sem o escudo e com captadores genéricos. Além de uma tentativa de heavy relic que mais parecia que o corpo da guitarra havia sido vítima de um acidente aéreo... Na foto ao lado as cores oferecidas à época! Essas Vintage Modified Squier 51 foram as da primeira geração desse modelo. A Fender do Japão chegou a lançar um modelo com as mesmas características, mas com material de melhor qualidade. Essas primeiras Squier 51 foram lançadas por volta de 2004. A segunda geração veio depois de 2010. Eu pensava que a minha preta, a primeira Squier 51 ( e que mantenho em parte até hoje ), era dessa primeira leva, mas fui me informando pelos fóruns da web e acabei entendendo que as características eram compativeis com as da segunda geração. Uma dessas características notáveis é ter as cordas passando através do corpo. Essas guitarras, de ambas as gerações foram construídas na Indonésia e tem corpo de Basswood e braço/escala de Maple. Hardware e parte elétrica bem genéricos.


Depois de algum tempo pesquisando achei um escudo feito de maple em três camadas. Tentei algumas combinações de captadores e o resultado final e que para mim foi bem satisfatório. Coloquei na ponte um GFS Gold Foil Single (mas com tamanho de humbucker) com magneto cerâmico. Na posição mais próxima ao braço experimentei um Fender CS Texas Special, depois um Lace Sensor Gold, mas ficou um DiMarzio Area 61. Apedar de ter gostado bastante da sonoridade geral, eu ainda achava o brilho excessivo. Como ela tem apenas o potenciômetro de volume e uma chave rotativa de seleção de captadores, sem potenciômetro de tonalidade, resolvi trocar o potenciômetro original de volume de 500k por um de 250k e adicionar em paralelo um conjunto de um resistor de 250k em série com um capacitor de .047 MicroF. Uma tosca simulação de um controle de Tone sempre aberto. A sonoridade enfim ficou bem mais interessante e distinta, dando personalidade à guitarra. Outra novidade posterior foi em relação ao braço, que era com a escala colada... Então... com o passar tempo acabei adquirindo outra Squier 51 ( a de corpo "sunburst" da foto ao lado ) pelo Ebay, também a preço de banana. O estado geral da guitarra estava muito superior ao da primeira, com tudo original, e um braço notavelmente melhor e mais bem construído que o da primeira. Era feito de uma única peça de Maple! Por outro lado não tinha as cordas através do corpo. Isso parecia ser o sinal de que era da primeira geração. 

Depois pude comprovar pelo número de série atrás do headstock dessa sunburst que indica que foi construída em 2005. Porém soava sem muita personalidade... Experimentei o braço dessa nova na primeira e...BINGO! Casamento perfeito! Acabei vendendo bem barato a combinação braço da preta com o corpo da sunburst e me apaixonei pela combinação do corpo da preta com o braço da sunburst. Ficou meio confuso, né? Se você reler 11 vezes fica mais claro...rs. Com o tempo coloquei umas tarraxas Planet Waves com trava, mas confesso que foi mais pelo auto-trim das cordas, passando a ser desnecessário carregar alicates de corte pra todo o canto!


Testei alguns tipos de pontes e saddles e uma das que mais gostei foi uma Wilkinson Tele recortada com três saddles de brass com afinação compensada. Porém uma novidade tinha recém-chegado: um sistema de saddles com elemento Piezo da Brenner. Não pensei duas vezes e instalei o sistema nessa guitarra. Optei por não colocar controle algum para o Piezo na guitarra, apenas substituí o jack de saída mono por um estéreo para poder enviar os sinais dos captadores magnéticos por uma via e o do Piezo por outra. A sonoridade e potência de sinal desse sistema da Brenner são impressionantes! E poder amplificar esse sinal com efeitos e amps específicos para destacar as características mais relacionadas ao som de um violão de aço. 

A princípio passei a usar a saída do Piezo diretamente conectada ao ZOOM A3. O resultado ao vivo foi bem satisfatório, seja usando um amplificador de resposta mais plana para teclados e baixo da GALLIEN KRUEGER 200MK ou simplesmente ligando em linha no PA da casa. Um tempo depois consegui adquirir um DIGITECH Mosaic, que eletronicamente tenta simular um violão/guitarra de 12 cordas e já foi agregado ao set. Porém o melhor resultado de sons de violão acústico veio com a possibilidade de usar um carregador de Impulse Response para simular um violão de aço acústico microfonado. Eu usei um multiefeitos da MOOER, o GE200, mas creio que outros servirão da mesma forma. Parece inclusive que a M-VAVE até lançou um multiefeitos para violão com IR's de violões já carregados. Os IR's que eu utilizei no meu MOOER GE200 foram baixados gratuitamentes do site Acoustic IR .


Website da Brenner que faz essas pontes com piezo incríveis!


Seguem vídeos com a guitarra Squier 51 em diversas situações:








quarta-feira, 30 de abril de 2025

Les Paul do coração!

Gibson Les Paul Studio '91


Essa foi a única Les Paul que mantive comigo depois de todos esses anos! Ela é uma Studio de 1991, cor Wine Red. Ela veio pras minhas mãos já bem usada, porém totalmente stock, já me encantando do jeitinho que era. Eu devo ao meu irmão Sidnei Vaz da GoldTop essa aquisição, pois ele faciitou muito essa possibilidade! Uma coisa que já chama a atenção nas LPs Studio ( desse lote ao menos.. ) é a escala de ébano ( ebony ) em vez da habitual jacarandá ( rosewood ) e o hardware dourado ( do qual não sou muito fã, mas parece combinar bem com a pintura vermelha escura.. ) Obviamente o corpo e o braço são de mogno ( mahogany ), mas não daquele mogno super leve que eram empregados em Les Pauls nos anos '50s & '60s, essa guitarra não é nada leve, porém nem absurdamente pesada, se comparada a outras LPs mais modernas. Até onde sei, nesse período entre 1981 e 2006 a Gibson usava aquele padrão de nove furos/cavidades no corpo para alívio de peso. Os pickups eram os originais de fábrica, os conhecidos 490R no braço e 498T na ponte. A guitarra já soava bem com eles, mas nessa onda mais moderna de mais ganho, menos estalada e com mais nasalidade...

Eis que começaram as modificações... Primeiro o hardware: a ponte original foi trocada por uma Faber ABR-1 com os postes adaptadores para LPs modernas. O cordal ( stop-tail ) foi trocado por um GOTOH de liga de alumínio. Depois os pickups foram substituídos por um Seymour Duncan Seth Lover no braço e por um Lollar Imperial Low Wind na ponte. Para mim, depois dessas mods, a guitarra ficou "na medida", já que sou mais chegado a uma Stratocaster da vida. O pickup do braço tem uma mordida e uma abertura bem legais, é bem o que se espera de um PAF. Já o pickup da ponte não é tão na onda de um PAF, é mais na onda daquele som "esponjoso" de humbucker. Essa LP realmente é uma guitarra impressionantemente fácil de se tocar, exige muito menos esforço, timbra maravilhosamente bem e tem um sustain "indecente"! Assim acabou sendo a escolha recente para fazer duas faixas no novo disco do duo Deodorina! Eu havia montado um set de pedais para gravar em linha e queria um timbre de distorção potente, muito encorpado e brilhante. Eu comecei usando minha Strat Road Worn 50's. Ficou ótimo! Porém eu fiquei com vonade de ter mais sustain e não quis apelar pra Fernandes Sustainer. Acabou sobrando pra LP mesmo...rs.

A pedalboard montada já conteria o meu MOOER GE-200 com meus IRs preferidos pra gravarmos direto em linha, sem amplificador. Dessa forma achei que a Strat não renderia tanto quanto sem usar um amp alto o suficiente pra rolar um feedback e enriquecer o sustain. Por outro lado, realizar essa gravação em linha facilitaria muito todo o processo no home-studio Deodorínico. Poderíamos ouvir tranquilamente o que já estava pré-gravado junto com a guitarra a ser gravada. 

Eu preparei dois timbres distintos, mas nem tão distantes em intenção sonora. Um foi usando o pedal IRON BELL da MojoHand, que é uma espécie Big Muff extremamente versátil. Pensei em usar o Muff Saur da DEEP TRIP por também ter esse DNA de Big Muff e ser bem versátil, e talvez o use na próxima gravação... O  outro timbre foi com o combo 805 da Seymour Duncan saturando um TUBE PILOT da TC Electronics. É um som matador, mas que requer um pouco de equalização pra não ficar ardido demais....O delay usado para ambos os timbres foi da própria MOOER GE-200, uma simulação de Tape Echo. O reverber de ambiência também da GE-200. Gravamos as duas faixas fazendo alguns takes improvisados e cada uma com um dos timbres preparados.

Logo que possível atualizarei aqui a postagem com as faixas quando forem devidamente lançadas! Abaixo estão fotos com os componentes do Duo Deodorina: Marta Mega na esquerda e Junior Teixeira na direita!


Aqui um video com essa LP Studio '91 usando o pedal YELL-O-FACE, um fuzz DIY que fiz baseado no Seymour Duncan TWEAK FUZZ:


quarta-feira, 9 de abril de 2025

Eletracuzkos - #3

 Violão de Cordas de Aço Ovation Celebrity CC48 + ZOOM A3

Com demandas de participações especiais em eventos paralelos aos shows como canjas, lançamentos de livros, jam sessions e saraus com a banda "Os Tiozin", inteira ou fracionada ( Os Tiozin 3/4 ), acabamos por criar um set alternativo mais "Plug'n Play", portátil e com um "Twist" Eletro-acústico. Sendo assim, o nosso ogã eletrônico, Mário Makaiba, disponibilizou seu Cajon e eu ataquei de violão elétrico, com um Ovation Made in China com cara de Adamas, mas que é um modelo Celebrity CC 48. Eu comprei esse violão em 2011 para tocar com a Aliança Carioca de Violões ( um trio de violões eletroacústicos do qual faziam parte Gabriel Alvarez e Victor Cumplido. Entre outras características usávamos a afinação NST e éramos ligados ao Guitar Circle de Robert Fripp, antigo Guitar Craft... ) Eu passei a usar o violão ao vivo primeiramente com um ZOOM A2 e posteriormente substituído pelo A3. Esse set ficou tão interessante em termos de sonoridade e musicalidade que decidimos incluí-lo como um momento especial em shows maiores!


Porém, como a ideia original seria ter um set mais ágil para ser montado e posteriormente desmontado bem rapidamente, exigigindo assim um mínimo de elementos, decidi incorporar apenas um Multiefeitos ZOOM A3 na equação. Entre outras facilidades e qualidades o A3 oferece uma saída XLR, o que é uma mão na roda num palco. Além disso, apesar dele só nos permitir criar uma cadeia máxima de três efeitos por preset, o básico já satisfaz bastante! Uso um modelador de violão acústico entre os modelos oferecidos, um simulador microfonação e um reverber de boa qualidade. A modelação somada à simulação de microfonação diminuem bastante o timbre característico da captação piezo do Ovation. Eu confesso que não desgosto dessa sonoridade piezo artificial, porém nesse projeto a ideia era ter um som mais aproximado do acústico, então... 

Outras caracteríscicas do A3 levadas em conta: 

1 - Poder ser usado com pilhas ou mesmo um power pack para pedal, além do tradicional adaptador de 9 volts;

2 - Tamanho não muito exagerado, assim cabendo no próprio bag do violão;

3 - Footswitch de BOOST;

4 - Três knobs dedicados aos controles de equalização básica ( Bass, Mid & Treble ).

 O Ovation tem se mostrado bem responsivo ao vivo e apresenta uma eletrônica bem básica. A eletrônica do violão é classicmente alimentada por uma bateria de 9 volts. O compartimento da bateria fica ao lado dos knobs de controles do violão. São três controles de EQ ( Bass, Mid & Treble ) em potenciômetros deslizantes de curso pequeno e um knob giratório de Volume de saída. Um LED pra checar a bateria e um conjunto de push-button e display de dois dígitos que acionam e permitem a utilização do afinador embutido. Super básico, porém bem funcional!


A sonoridade geral do Ovation é legal e, depois de processada pelo ZOOM A3, mais interessante e inspiradora pra se tocar. Porém há um ruído baixo estilo "hum" bem grave e chato à saída do violão... Quando se processa pelo A3 esse ruído aparece um pouco mais até! A solução que encontrei foi parecida com a usada em guitarras elétricas de captação magnética: levar o ponto de "terra" do circuito até as cordas do violão. Usei para tanto um fio encapado do "terra" do jack de saída do violão até a parte onde as cordas são presas no cavalete. Certamente, logo que for possível, tentarei ver comum meu luthier uma maneira mais elegante e discreta de efetuar essa manobra! Tentei em alguns palcos apenas "suspender o terra" na saída XLR do ZOOM A3, mas não deu nenhuma melhora no resultado final em relação ao ruído grave.



Aqui uma experimentação com o pedal da DIGITECH Mosaic conjuntamente ao ZOOM A3 para tentar um timbre que relembre um violão de 12 cordas.


Apenas a título de curiosidade um tema do Guitar Circle ( CALLIOPE by Robert Fripp ) tocado pela Aliança Carioca de Violões em registro de ensaio em 2012.