quarta-feira, 15 de março de 2017

Como assim a marca é VINTAGE? 2

Personalizando uma V100PGM "Lemonn Drop"

Uma adorável  LP



Apesar de ser dono de duas Les Pauls da Gibson (uma com humbuckers e a outra com P-90), mesmo não sendo nenhuma delas Top Line, eu me dava por satisfeito, afinal as duas eram bem suficientes pra mim, um confesso apaixonado pelas Strats. Mesmo assim ainda ficava fascinado com o conforto, a sonoridade e a beleza dessas cópias da marca VINTAGE: a V100AFD "Paradise" e a V100PGM "Lemonn Drop". Mais animado fiquei quando ela foi , digamos assim, "aprovada" pelo famoso blog LOUCO POR GUITARRA, onde inclusive vocês podem acompanhar uma postagem, excelente como sempre, falando sobre detalhes de construção e madeiras. Eu, por minha vez, fui à Barra Music aqui no Rio conhecer melhor as duas, AFD e PGM. Depois de tocar bastante, mesmo com certa dificuldade de escolha, elegi a PGM!


A ideia básica era ver até onde em termos de qualidade e timbres eu poderia ir com uma dessas boas e relativamente baratas cópias de Les Paul. Primeiro testei bastante a guitarra como ela vem originalmente. A construção é bem bacana, mas ela não segue nem mesmo no corpo o desenho da LP original, sendo notável a ponta mais "afiada" do cutaway. Porém o top de maple é bem generoso e bem esculpido, além do veneer "tigrado" que dá ao acabamento uma textura 3D fantástica.



Aliás o acabamento de modo geral é bem legal, mas obviamente para uma guitarra nessa faixa de preço não dá pra esperar coisas como pintura de nitrocelulose ou outros fatores preciosistas que adicionem mais demora na feitura do instrumento. O que torna esses instrumentos baratos é justamente a possibilidade de produção de muitas unidades em pouco tempo! E tenho que dizer que como vem já é bem usável, num padrão de qualidade de regular para alto!


Os captadores vem fora de fase magnética, um em relação ao outro, com o da posição do braço com os parafusos voltados para a direção da ponte, como se costuma ver em LP's inspiradas pela guitarra do Mr. Peter Green. Realmente, apesar de interessantes os timbres conseguidos com a combinação dos captadores e diferentes VOLUMES em cada um, não me interessei muito por essa possibilidade e fui na direção contrária: a mais careta e vintage possível! (Claro que dentro do meu imaginário sonoro...rs).


Começando com os captadores, tentei, colocando um potenciômetro com chave no controle de TONE do captador do braço inverter a fase elétrica, uma vez que a fase magnética já estava invertida, gerando aquelas sonoridades mais nasais e magricelas de captadores combinados e fora de fase. Realmente com a fase elétrica trocada o captador do braço passava a se combinar da forma mais tradicional e criar timbres mais conhecidos de todos. Imaginei então que manteria esse recurso na guitarra... Porém logo tive uma ótima oportunidade de adquirir um pickup da Klein para a posição do braço, um Epic 58. Nem pisquei e arrisquei a compra do tal captador. Ao colocá-lo vi imediatamente que não havia jeito de reverter as polaridades eletricamente, pois ele, como tentativa de ser uma cópia de PAF do ano de 1958, só apresentava uma via mais a malha de blindagem. Eu teria que abrir e mexer no captador... Ou seja, tchau, chaveamento através do captador do braço! Decidi primeiramente instalá-lo da forma convencional, com os parafusos direcionados para o braço. No alvo! Já deu gosto de ouvir aquele som lindo saindo da guitarrinha!


Também troquei todos os potenciômetros por A500K CTS, com capacitores de 330pF nos de VOLUME para Treble Bleed e 12nF para o TONE do Braço e os tradicionais 22nF para o TONE da ponte. Mais tarde um pouco acabei por instalar um Gibson Classic 57 na posição da ponte que peguei numa troca e achei que foi uma boa combinação, apesar dele também ter apenas um cabo com a malha e uma via, ou seja chaveamento pelo captador da ponte também ficou impossibilitado! O tipo de ligação de TONE e VOLUME escolhida foi a "50's wiring". O esquema é fácil de conseguir numa só "Googleada"!


Mas ainda faltava um certo estalado, e talvez um pouco mais de separação entre as cordas nos acordes, mais articulação... Um conhecido meu, não vou dizer quem (...rs) me ofereceu uma ponte Callahan estilo ABR-1... Pensei, pensei, sempre  meio na dúvida, pois a ponte era de ótima qualidade, sem dúvida, porém, como é feita de aço, que não era o material das pontes das LP's de outrora (muito menos de agora...) ficava na dúvida... De qualquer modo não adiantava ser preciosista, pois a guitarra não era nenhuma Historic, R8 ou R9, certamente uma ponte da Callaham valeria a experimentação!  felizmente eu já tinha os adaptadores de postes "imported" pra poder usar no lugar da Tune-O-Matic da Wilkinson (que já é uma ponte bem legal!) uma ponte estilo ABR-1. Aproveitei e também encomendei pelo ML um "stop tail" de alumínio da GOTOH que vi anunciado a um precinho justo. Com o conjunto trocado a coisa ficou quase do jeito pretendido por mim, eu mesmo custava a crer!


Apesar das tarraxas da Wilkinson também serem bem funcionais, não resisti a um set de GROVER com sua escala de 18:1 de voltas, muito suave e precisa!  Depois troquei os knobs e adicionei os apontadores de metal, mais conhecidos como fatiadores de dedos!!! Além de trocar o "tip" da chave seletora de captadores por um imitando aqueles antigos de cor âmbar. Pura frescura cosmética...rs.

Abaixo um vídeo gravado pelo Sidnei Vaz em sua loja Goldtop Instrumentos Musicais com a VINTAGE V100PGM "Lemmon Drop" plugada direto num Fender Super Sonic numa caixa Marshall 212. A distorção ouvida é o canal sujo do próprio amp.



Loja Goldtop Instrumentos Musicais: http://www.goldtop.com.br/

Website JHS/Vintage:  http://www.jhs.co.uk/brands/vintage/vintage-electrics

Website do importador brasileiro: http://www.habro.com.br/vintage/

Loja Barra Music Rio de Janeiro:  http://www.barramusic.com.br/

sexta-feira, 10 de março de 2017

Diário de Bordo - Apêndice 1

Pós-Feira Expomusic 2016 com Augusto Pedrone!


Já no Diário de Bordo - Expomusic 2016 eu já havia confessado o meu trabalho mal realizado durante a feira, pois encontrei tanta gente querida e interessante que acabei por falar muito com alguns e quase nada com outros, que eram tanto quanto queridos e/ou importantes. Nesse primeiro momento de "Pós-Feira" vou tentar recompensar a todos, inclusive a mim,  transcrevendo uma conversa virtual com o Augusto Pedrone da Pedrone Amplificadores. Ele aparece na foto (tirada por meu amigo e herói Marcel Rocha) à direita de quem a vê, eu estou no centro e o queridão Rafael Nardelli (velho conhecido do site handmades.com.br) do lado esquerdo. Gostaria de agradecer muito aos dois pela disposição e boa vontade!

Sobre Lançamentos Específicos para a Expomusic



"O chaveador programável YETI, com oito loops e saída MIDI. Acho que é o único feito no Brasil atualmente que reúne as características descritas acima!" (Eu também acho e talvez compre um pra colocar no lugar do meu chinoquinha)
"Também aproveitamos para demonstrar o protótipo do novo amplificador "Game Of Tones", nosso amp de maior ganho visando a galera que quer o "porradão", do Metal ao Hardcore."

"Além desses levamos acessórios. Eu levei o chaveador de amps. Ele inclusive nos salvou no stand lá da feira. Ele chaveia dois cabeçotes para uma mesma caixa. Para tanto você precisa chavear tanto a entrada do amp quanto sua saída. É sabido que um amp valvulado não pode ficar sem carga (caixa com falante) em sua saída, assim você precisa deixar a saída do amp em segurança com uma carga específica. Então usando dois chaveadores desses lá no stand e mais o YETI a gente conseguia direcionar a guitarra pro cabeçote que se queria. Assim com o YETI no chão, era só pisar pra poder usar um dos quatro cabeçotes, Pegasus, Superclean, Buffalo e Overdone."


"Outros lançamentos... Do nosso parceiro a fábrica de falantes NORDIK, nós levamos o GjallarHorn, um falante de guitarra. Excelentes primeiras impressões nossas , de quem os conheceu no stand e de quem já comprou também. Eu diria que um dos melhores, se não o melhor falante para guitarra no Brasil nesse momento. Chega junto de fábricas como a Eminence, mas com preço muito interessante e é o falante com o qual estamos trabalhando atualmente."


Sobre a Expomusic e a ideia de dividir o Stand


"Participar da Expomusic sempre foi pra nossa empresa, e acredito que pra muitas outras empresas pequenas, de pequeno porte, pois necessita de investimentos altos, um grande esforço. E dependendo do tamanho da empresa pode ser preciso cessar as atividades para que as pessoas estejam presentes no stand. Por isso eu sempre privilegiei convidar outras empresas parceiras também preocupadas com qualidade e com foco de negócios complementar ao nosso para ficarem lá conosco, pois o amp sozinho nem faz sentido, ele precisa de guitarras, de falantes, pedais, pedalboards, etc. Então tivemos lá duas guitarras da MusicMaker, que nos cedeu dois instrumentos maravilhosos."


"Também usamos instrumentos emprestados da SGT, uma marca nova recém-lançada no mercado. Por sinal experimentei uma Tele deles, muito boa! Pedais da Deep Trip (a qual esteve há pouco na NAMM de inverno!!!) uma empresa fabricante de Fuzzes aqui de São Paulo. Pedais da GuitarTech do Rio de Janeiro, parceiros de longa data também. Além da NORDIK dividindo o stand. A ROX Stage, fabricante de caixas acústicas, nosso parceiro nos gabinetes e heads. Essa é a nossa maneira de pensar, que tipo de parceiros nós podemos ter que tenham um padrão de qualidade, confiança, que atendam bem ao cliente e assim possam estar com a gente no stand. Como eu disse antes, o amp não toca sozinho. Precisa-se de uma cadeia de coisas que trabalham juntas!"


Em relação à qualidade e o preço, já que o comum é ver empresas nacionais trazendo coisas da China ou fazendo aqui com baixa qualidade e preço compatível(?)...


"Sobre essa coisa de preço e qualidade, apesar de eu não praticar essa visão de produto barato x qualidade baixa relativa, e até de não concordar totalmente com essa visão,  eu compreendo que há fábricas que optam por um certo comprometimento da qualidade relativa, com baixo valor agregado, a um preço baixo. Pois cada empresa buscará um método de trabalho adequando seu expertise para chegar a um determinado público alvo e poder assim ser auto-sustentável a longo prazo. Ou seja, daria até pra fazer cabeçotes de R$ 500,00 até R$ 1.000,00, mas pra sustentar isso seria necessário vender uma quantidade muito maior para valer a pena o pequenino lucro por unidade. Pra estar nessa faixa de mercado você ainda teria de enfrentar uma concorrência muito grande e com grandes empresas, algumas seriam empresas internacionais ou mesmo as nacionais que importam produtos da China. E nem sempre eles oferecem produtos ruins, mas são honestos de acordo com o preço pedido. por outro lado você pode ir lá pro topo do mercado e fazer amps de R$ 10.000, R$ 15.000 ou mais, usando técnicas de construção diferenciadas que justifiquem o preço altíssimo. Mas possivelmente não existe muita demanda nessa faixa. Obviamente não há muita gente que possa ou mesmo se disponha a pagar essas quantias para ter um equipamento diferenciado. Então cada empresa, de acordo com sua capacidade de produção, de acordo com a sua experiência e de acordo com a sua filosofia busca um mercado e trabalha o nível de preço que atenda a esse mesmo mercado. Do acerto dessa escolha depende a sobrevivência dessa empresa a longo prazo."



"Muita gente nesse mercado de instrumentos e equipamentos musicais gosta de trabalhar com isso por que se interessa pelo assunto, se encanta mesmo, ou até por que é músico, profissional ou amador, o que parece maravilhoso, poder trabalhar com o que se gosta. Mas o importante é que você consiga fazer disso um modo de trabalho viável, não deficitário, para que se possa seguir em frente. Tem então que gerar lucro pra você mesmo sobreviver, pagar seus empregados, seus custos, seus fornecedores. Oferecer valor aos seus clientes, atendê-los bem. Você tem que entender que você é apenas parte de uma cadeia muito grande. Você tem interesse sim no seu fornecedor continue bem, para que ele continue te fornecendo. e você tem que ter interesse em tratar bem o cliente para que ele retorne! É preciso ver isso tudo como um ecossistema equilibrado, um depende do outro!"






Website da Pedrone Amplificadores:  http://www.pedroneshop.com/

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Pedrone Amplificadores Canal do Youtube:  https://www.youtube.com/user/pedroneamps

Falantes NORDIK:  http://www.nordik.com.br/

ROX Stage Gabinetes:  http://roxstage.com.br/

Music Maker Guitars:  http://www.musicmaker.com.br/

SGT Guitars:  http://www.sgtguitars.com.br/

Deep Trip Fuzz Pedals: http://deeptripland.com/

GuitarTech Pedais e Pedalboards: https://www.guitartech.com.br/